quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Inverno, mal humor e...

Oi~!
Revivi das cinzas hoje para comentar sobre a coisa que tem mais me incomodado nos últimos dias: O FRIO!
Para quem já estava sentindo o cheiro de neve desde que Novembro chegou, já estava tarde para cair uns pedaços de água mais sólidos. E o papai do céu escolheu ontem e hoje para atolar minha cidade de tanta NEVE. Sim, meus filhos... enquanto a galera da capital (Seul) e de outras cidades mais ao sul da Coreia estão se deleitando com os dias sem neve, eu estou sendo praticamente enterrado vivo.
Aos que nunca viram neve na vida (calma, galera... até o ano passado eu também nunca tinha visto ou sentido), ela não é a melhor coisa que se pode desejar.
Aliás, não é mesmo! Esses dias eu tenho passado terríveis dias, tendo que colocar gorro estilo "mano", luvas para resistir às temperaturas que deixam minhas mãos vermelhinhas e sem nenhum tato, um jumper e ainda uma merda que eu não sei o nome que fica por baixo da calça, para proteger minhas bolas (mentira, é porque o frio é tanto que eu necessito de um "escudo", já que o frio traspassa minha calça). Tudo isso ainda assim não é exatamente o que se chama de suficiente para se proteger do frio e se sentir quentinho em meio às tempestades de neve.
Outro dia, muito tempo atrás, ainda no inverno passado, estava discutindo a relação do frio com a depressão. Naquela época eu ainda tinha muitas pessoas que poderia ter convivência a poucos metros de mim, então eu achava que seria fácil me livrar de uma possível depressão, aquela vontade de ficar debaixo de um cobertor quentinho o dia inteiro, enquanto a neve cai, então nem me preocupei. Mas esse inverno está sendo diferente, e, apesar de eu quase não ter parado em casa até agora, eu finalmente parei.
E digo uma coisa: É MUITO RUIM FICAR EM CASA EM DIA DE INVERNO SEM FAZER NADA. Meu Deus do céu... agora eu entendo porque uns caras da Finlândia só pensam em se matar! Haha! Sério... você sente falta de alguma coisa na vida.
É muito ruim... eu estou na minha casa sem fazer PN faz uns 2 dias e já estou achando que estou aqui faz uns 3 meses na mesma situação. Já vi todos os filmes que minha internet possibilita baixar por hora. Então imagine... nos últimos um dia e meio já vi algo em torno de 5 filmes, fora os que eu vi pela TV.
Aí nego vem me reclamar (ou não): "Poxa, mas e o blog, onde é que fica nessa história?" Pois é... com esse frio, a vontade, inspiração e o caramba pra escrever vão lá pras cucuias. Eu não fico com vontade de fazer absolutamente nada, inclusive agradar a vocês.
Portanto, tempo bom, quentinho, venha logo! Precisamos de você nessa terra! A neve é bonitinha, é engraçadinho brincar de tacar neve um no outro, mas tá, né... chega. Bom mesmo é andar por aí só de camiseta, tomando uma coca geladinha e usando havaianas de bobs.

Eu tirei bastante fotinhas desses dias maus em que eu sobrevivi, se liguem:


(imagem de uma rua perto da minha casa)


(então...)


(os carros apodrecendo com tanta neve..)


(a situação do "Buy the Way" que fica debaixo do meu prédio...)


(outra rua do meu prédio)


(a escada do meu prédio.. totalmente escorregadio)


(quer tentar correr aí?!)


(Motéis também ... na merda!)

Sério... o ser humano é adaptável ao ambiente, mas na boa... eu posso até me adaptar, mas não suporto essa merda por muito tempo! É ruim demaaaaais!
E ainda virá nego falando "Pô, Gustavo, eu moro na Noruega e aqui é bem pior que isso aí. Você está no paraíso se a gente fosse comparar... então fica quietinho aí e aproveita".
Tá, e o kiko? Eu sei que tem nego que deve ter morado num país frio do capeta e tá me achando todo com dores de viado por um frio desse. Tá... então vamos trocar de lugar? =P

(sim, esse post está totalmente chato, com cara de autor depressivo mesmo. E daí!? haha!)

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

O Grande Dia

(editado)

Companheiros...
faz tempo que eu não dou as caras por aqui, não é verdade?
Neste tempo todo eu tive uma falta de inspiração misturada com falta do tal do tempo livre, o que me fez não escrever por semanas.
Mas como muitas pessoas tem me procurado por informações sobre a bolsa de graduação e pós-graduação em que eu estou, resolvi fazer um post especialmente para estes "interesseiros" (haha, foi mal, galera! É modo de dizer... também amo vocês).
Para os tarados em K-Pop, Dramas coreanos, meninas (os) de olhos puxados, estudo na Coreia do Sul e o baralho a quatro, finalmente podem ter a oportunidade de concorrer a uma bolsa para estudar DI GRÁTIS por aqui, assim como eu "faço" (estudo muito, sabe...).
Tinha uma negada que estava quase tirando sangue porque a bolsa não saia de jeito nenhum, mas...
deveriam saber que é de praxe do pessoal do NIIED (órgão governamental patrocinador da bolsa) ser enrolado PRA CARAMBA, então eu sempre estava dizendo pra esses malucos por Ásia ficarem de boa aí porque não ia sair tão cedo.
Porém, finalmente vocês tiveram seu presente de Natal! Agradeçam a mim (ou não...) por passar essa informação que pode mudar a vida de alguns poucos de vocês em PRIMEIRA MÃO.. =)
Aliás, pra variar, a também desorganização do órgão é bem visível. Eles não puseram no próprio website,só uns diaszinhos, depois de eu saber pela minha universidade, antes da parada sair oficialmente. Desgosto, né.

Para os malucos atrás disso, sem vai-e-volta, está aqui um link que vocês podem dar uma olhada.
Mas por favor:

OLHEM BEM; LEIAM, RELEIAM, LEIAM 50 VEZES ANTES DE ME PERGUNTAREM ALGUMA COISA. NÃO ME VENHAM COM PERGUNTAS ÓBVIAS. USEM O GOOGLE E OUTRAS MANEIRAS DE SE VIRAREM PARA CONSEGUIREM INFORMAÇÕES

Para demais informações, entre em contato com o pessoal que é responsável por as informações oficiais a respeito:


Marcela Formiga
Assessora de Relações Públicas
Embaixada da República da Coréia
SEN Av. das Nações, Lote 14
Brasília-DF, 70436-900
Tel:  (61) 3321-2500
Fax: (61) 3321-2508

Em casos extremos, me mande um e-mail.


Sinto muito, galera... mas geral aí tá ferrada, porque os carinhas só deram 1 vaga para a brasileirada. Então só um de vocês vai ter a honra de conhecer a mim, Henrique, Juliano... haha!

Versão para baixar (para os espertos mais sabidinhos de internets) - Documento 1 / Documento 2

Caso não conseguem entender, façam o seguinte:
Entrem no site do NIIED
-> Clique na Aba "Korean Government Scholarship Students"
-> Clique no tópico "2010 KGSP for an Undergraduate Course"

Mais que essa coisa mamão com a açúcar que eu fiz, é coisa de anjo. E esse tipo ou é pago ou está no Reino dos Céus. Então não estraguem minhas férias com perguntas do tipo "se eu não tiver nível de inglês eu posso me virar com meu português de emo?".

Pronto, galera... fiz minha parte!
Abraços

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

A "náiti" (night) dos coreanos

Bem, depois de elevar meu próprio ego a N-ésima potência, vamos falar de algo mais interessante que minha beleza~! ^^

Em todo o mundo é possível encontrar clubs ou boates, como alguns devem chamar, no estilo que os brasileiros conhecem: música alta, luzes para todos os lados, bebidas a preços altos e pessoas de ambos os sexos muitas vezes procurando por uma "diversão mais íntima".
Aqui na Coreia não é diferente, mas existe um estilo de club bem peculiar, que eu nunca tinha visto na minha vida: os tais dos NightClub (나이트클럽). Aí você vem me xingar, falando que é a mesma coisa, só mudou o nome e tudo mais. Não mesmo.
Como vocês presenciaram em um post anterior, a minha casa fica muito próxima a um desses clubs ao estilo coreano. Muito tinha ouvido falar depois que eu cheguei na Coreia, mas nunca tinha presenciado com os meus próprios olhos "qual é a graça" do lugar.
Então, outro dia eu estava conversando na casa da pessoa que eu mais vejo aqui na minha cidade, um maluco do Afeganistão que tem a mesma bolsa que eu, mas estuda na Universidade SunMoon. Como ele mora muito perto de mim e ambos não temos muitos amigos por aqui, a gente tenta se encontrar sempre que possível. Em uma noite, o cara chega pra mim e fala: "Cara, tô irritado com essa cidade! Não tem absolutamente nada pra fazer! Não tem club estilo ocidental, bares bacanas, não tem nada! Bora caçar algum aí!". Olhamos no Naver (o tal do Google da Coreia) e achamos alguns. Topamos com o tal do Sizi Club, que é o que fica do lado da minha casa. Estava escrito em letras gigantes que era um NightClub, mas eu não tinha idéia se seria um club estilo ocidental ou coreano. Então pensamos: "vamos ver de qual é". Passamos pelos seguranças de boa, descemos e topamos com uma situação parecida com essa:



(Foto 1 - Um nightclub e seus garçons, mais conhecidos como 형s)

A diferença é que esse parece estar um pouco "humilde", com um espaço pequeno. Mas normalmente eles são salões gigantes com essas poltronas e mesas.
O esquema de um nightclub é o seguinte: encontrar pessoas do sexo oposto. Aí tu já me vem com algumas pedras, porque muita gente vai pra boate com justamente essa finalidade. Mas lá é exatamente pra isso, porque não existem pessoas dançando toda hora, exceto quando o DJ que toca por lá chama a galera pra dançar. Esse lugar, inclusive, não tem referência a idade. Existem nightclubs que normalmente "tiozinhos" vão, outros que a meninada vai. No caso do Sizi, era mais ou menos o que está na foto seguinte, exceto pelo tanto de vovós. Portanto, substitua essas anciãs por meninas com vestidos curtos e muito bem produzidas, "make up"-amente falando:


(Foto: os anciãos coreanos são bem "ativos", vamos assim dizer! Haha)

Como funciona?
Ao chegar lá, um garçom pede para você sentar a mesa designada. Dependendo de quantas pessoas te acompanham, eles te colocam numa mesa maior ou menor. Ninguém vai para um nightclub sozinho. Todos estão sempre acompanhados de amigos. Além disso, é sempre um grupo de mulher e um grupo de homem; nunca vai existir a galera que vai curtir junto, já que a finalidade é achar a "cara metade" (ou a "foda metade").
Sentando na mesa, o garçom já te entrega o menu e fica na tua cola vendo o que você quer comprar de comes e bebes. SIM, você é OBRIGADO a consumir comida e bebida caso queira continuar no recinto, que costumam ser muito caros (óbvio, pra forçar a gastança).
Ao pedir algo que enche o bucho, chega a vez do serviçal fazer a outra função dele: trazer alguma cliente-fêmea até o cliente-macho. Essa é a essência de ir a um nightclub: você não exatamente "caça", você simplesmente tem o trabalho de conversar e tal. Aquele primeiro passo que é chegar na mulher (ou homem) não existe, porque cabe ao 형-garçom fazer isso. E é muito patético como é feito: o garçom se aprochega onde está a mina, dá as orientações de onde ir e a leva pelo braço, meio que "jogando" na mesa dos machos. O mais engraçado é que não tem muita rejeição. Caso ela bata o pé em não ir, o serviçal também insiste e ela acaba indo, mas ela fica ao lado do cliente "dono da mesa" com a cara mais amarrada do mundo. Depois de 2 minutinhos (ou de comer tudo o que o cara comprou para deixá-la mais a vontade na mesa) ela solta um "vou ao banheiro" e nunca mais volta. Assim é a vida, dentro desses nightclubs.


(Por favor, substitua essas 아줌마 por pessoas mais "saudáveis)

O que aconteceu com a gente foi por aí mesmo. O tiozinho trouxe uma menina, que ficou alegremente comendo da nossa comida, bebendo da nossa bebida, fumando os cigarros do afegão, pra depois de alguns "오빠, 내가 정말 예뻐?~" (Irmão mais velho, eu sou realmente bonita?~) falar que ia no banheiro e ir embora, sem nem deixar a idéia. Depois de uns 10 minutos esperando, vimos a maluca na mesa de uns coreanos! Haha! Esse é tipo o toco "light" delas.. quem for a esse tipo de lugar, acostume-se com a pergunta do banheiro! =)
Mas essa é a primeira etapa do nightclub. Primeiro, você "analisa" o mercado, pra depois partir pro "fight real". Quando eu falo que essa parada é um lugar pra arranjar par, você não acredita, já que tem DJ e pista de dança (normalmente vazia).
O segundo passo é fazer um booking. Que diabos seria isso? Nada mais é que alugar uma sala para ficar mais "privado" o lugar, onde você TEM que continuar consumindo... porém, coisas absurdamente caras, como whiskys e comidas bacanas. Normalmente, é nessa etapa que o pau realmente come, porque aí é que se bebe MUITO e a galera se solta bastante.


(Uma sala de booking - nego já mais pra lá do que pra cá)

A partir o "2nd step", tudo que é "proibidão" em ambientes públicos é possível ser feito dentro da booking room, como beijar e outras coisas mais. Muita gente não acredita, mas não é a coisa mais comum do mundo ver casais se beijando no meio da rua. É infinitamente mais comum fazerem isso "entre quatro paredes". E um bom lugar é essa room aí; afinal, quem vai pra um lugar desse já têm segundas intenções, mesmo que estejam em grupos gigantes dentro da mesma sala. Minha "teoria" é de que coreano vai a esse tipo de club porque simplesmente não tem a manha, o jeito, de chegar em uma pessoa do sexo oposto. Então, precisam de uma forcinha do garçom, que faz a parte vergonhosa da coisa.
Ah! Não pense que as pessoas que vão pra um nightclub são das mais certinhas. Muitos dos que estão lá vão para um "one night stand" ou pra arranjar um(a) amante. Eu descobri isso vendo um programa da televisão coreana EXTREMAMENTE conhecido: 나쁜남자 (Homem Mal). O esquema desse programa é tipo o teste de fidelidade, mesma receita, só que não chega às "últimas consequências", porque as meninas sempre querem desmascarar e muitas ainda assim tentam reatar o namoro. Então, adivinha onde as "pegações proibidas" acontecem? Nesses booking rooms, dentro do nightclub! Nesse programa sempre rolam as filmagens, é muito engraçado! Até porque já teve atriz que foi trazida pelo garçom, mas o cara rejeitou (sim, ele pode dar uma negativa na mina, caso ele não goste).


(나쁜남자 Episódio 25, parte 2)

O vídeo acima já é a segunda parte do programa, quando já chamaram as atrizes pra darem em cima deles. Aí mostra por alguns segundos como é o nightclub que eles foram (dá pra ouvir quando o cara propõe pras garotas irem num "Night" com os dois?). Logo em seguida, o rapaz que é o namorado que é posto a prova já está na booking room. Uma parte comédia é quando o garçom vêm e traz umas mulheres que ele não se interessou... dispensou legal... fez que nem casca de mexerica: jogou fora sem a menor cerimônia! Haha!


(나쁜남자 Episódio 25, parte 3)


No terceiro vídeo, lá pelo meio da parada volta a mostrá-los no booking room e dançando no nightclub. Pela "enorme quantidade" de pessoas dançando, eu não estou mentindo ao dizer que ninguém lá vai pra curtir uma música. Além do mais, esse cara é "O CARA". Ele fala na cara da mina que ia pegar dentro da sala que tem namorada sim! Esse é pegador! Haha!
No vídeo, na hora dos MACHOS pagarem a conta, deu 170,000 Wons. Isso porque eles não consumiram o que normalmente se consome dentro da booking room, como whisky. Ficaram só na cervejinha... imagine o estrago que um negócio desse faz na conta bancária do cidadão!

Enfim, pra quem não entende nem um pouquinho de coreano, perde muito, porque eles falam muitas coisas comédias (óbvio que meu coreano não é tão bom pra entender tudo, mas graças a legenda e ao meu dicionário, dá pra sacar)~!
E uma coisa que eu estive observando em todos os lugares onde eu passo e existe um nightclub é a quantidade de moteis e karaokês (noraebang - 노래방) em volta! Adivinha o porquê, né...! Haha! Deixa quieeeeto...! ^^

Na minha opinião, só existem pontos contras sobre nightclubs coreanos:
1. Os homens perdem o "instinto caçador". Caso usem muito isso, já não sabem mais chegar, já que tem toda a ajuda do servente. A única coisa que eles têm que fazer é conversar e ver quais proporções aquilo pode revelar.
2. É absurdamente caro, principalmente para estudantes, como eu! Haha! Caso você chegue ao segundo estágio (booking room), você terá jogado fora, NO MÍNIMO, cerca de 200 dólares. Sim, você desperdiça dinheiro "brincando". Obviamente, quem normalmente toma esse rombo no bolso é o homem, já que as meninas ficam só esperando serem "aprochegadas" e ficarem vagando de mesa em mesa a procura de alguém que realmente a interesse.

Ponto ALTAMENTE contra, caso o possível cliente seja gringo:
É muito difícil você ser aceito em um nighclubs desse. Sim, você é barrado por não ser COREANO! Eu não tenho explicações para isso até hoje... ainda estou em busca de uma. Normalmente, a estrangeirada é aceita caso esteja na companhia de algum amigo coreano. Isto é, o amiguinho é meio que o coringa, a salvação, caso você almeije uma entrada nesse lugar tão caro.

Portanto, galera, pense bem antes de entrar num lugar desses! Haha!
PS: essa "aventura" no nightclub me custou 40 dólares, porque eu me neguei a ter que consumir mais coisas para não ter "resultados"! :D

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

A Fama

Eu já contei várias vezes aqui no blog, ainda mais explicitamente há dois posts atrás, sobre a minha "lindeza" aqui na Coreia do Sul.
Não é de hoje que ouço de colegiais, "amigas" coreanas, tiazinhas (as tais 아줌마), tiozinhos e até mesmo de homens que eu sou um cara pinta (em outras palavras, bonito). Quando não sou elogiado diretamente, ocorre através da menção ao tamanho da minha cabeça, que não deixa de ser um elogio, já que TODOS os coreanos dizem me invejar por ter uma cabeça tão pequena. Como não adianta explicar que a minha capacidade intelectual, portanto, deve ser menor, então eu deixo quieto e só aumento o meu ego cada vez mais.
Por conta disso, estou até ficando "famoso"!

Como todos sabem, eu (e mais uma pancada de amigos: Henrique, Agatha, Ivonne, Cláudia, Jamali...) estava participando de uma atividade voluntária patrocinada por um órgão do governo sul-coreano que trabalha na divulgação da imagem da Coreia do Sul no mundo. Apesar de não ganhar um dindin bom para ficar falando abobrinhas sobre o país em que vivo, muitos dos meus momentos públicos foram graças ao PCNB.
Certo dia, eu recebi um e-mail de um ser vivo que vou denominar Chiquinha. Essa mulher é uma coreana que trabalha para o canal KTV (한국정책방송), uma espécie de TV Brasil da Coreia do Sul (isto é, TV pública). A senhorita Chiquinha queria fazer uma entrevista comigo, porque há um programa chamado "Upgrade Korea" (업그레이드 코리아), que aborda várias coisas estranhas sobre o país.
Nesse episódio, a bola da vez era gringos que vivem aqui e escrevem blogs e tal. Queriam mostrar a vida de um, além de pedir para que ele falasse tudo o que ele gosta na Coreia.

Aliás, se tem uma coisa na Coreia que eu odeio é essa "animalização" do estrangeiro. Na boa, beleza que nós, gringos, somos minoria num país tão "homogêneo", mas não precisa fazer de nós seres extra-terrestres. Eu estou cansado de ver pessoas cochichando, me olhando de maneira diferente e etc. No começo é muito legal, porque você se sente mó estrelinha, centro das atenções e tal, mas depois chega a ser muito CHATO. De muitas formas, os coreanos às vezes me fazem sentir como se eu fosse um animal em um zoológico, e a platéia olhando, rindo, se divertindo porque eu sou algo "raro", "diferente" ou sei lá o que eles pensem sobre mim. Se eu não falo coreano, é ruim. Se eu falo, é pior. Então eu ainda estou em fase de apertar o botão FODA-SE pra essas coisas, mas ainda assim é um pouquinho difícil.

Continuando, me contataram pra fazer essa entrevista e tudo em coreano; portanto, já estava prevendo algum desastre no dia. Só que o desastre começou um pouco cedo. Eu tinha que levantar um pouco cedo pra ir pra Seul, onde eu encontraria os malucos da gravação. Como eu estava crente que eu ia receber um cachê ($$) para participar dessa praga, eu fui de ônibus, que é um pouquinho mais caro que ir de metrô, mas que demora metade do tempo para chegar lá. Na estação de ônibus da minha cidade, já pedi um ticket pra Seul. Só que a anta aqui não sabia (ou se esqueceu) que há duas estações diferentes em Seul. Portanto, eu teria que saber qual eu deveria descer. Mas como eu não sabia que 동서울 (Seul-Leste) não era exatamente o mesmo lugar que eu queria descer, só paguei e entrei. Quando estava passando da hora de se encontrar, os caras me ligam, mas eu achava que era o engarrafamento que atrasou a parada. Mas não! Simplesmente eu estava indo lá pro outro canto da cidade, bem longinho. Deu pra ver, então, que eu já tinha amanhecido com o pé esquerdo. A Chiquinha me ligou novamente, marcando, então, outro lugar para nos encontrarmos. Estando na  estação de Jamsil (잠실역), os dois responsáveis pela gravação me encontraram e marchamos rumo ao Seoul Design Olympics 2009, um evento de design que reunia projetos de empresas e universidades lá num estádio de Baseball. O planejamento da entrevista era:
1.ir para esse  evento, dar minhas opiniões, tirar umas fotos por lá (já que era uma entrevista falando sobre blog)


(O Estádio de Baseball reformulado para o evento)

2. Jantar em um restaurante que vende frutos do mar


(Topa um bixinho desse? Eu não aguento não!)

3. Visitar a minha casa, em Cheonan


(Durante a filmagem aqui em casa, fingindo que estava escrevendo)

A parte mais engraçada foi quando eu perdi a minha câmera no evento e o cara ficou desesperado, porque ele queria me filmar tirando fotos da exposição, da lula viva que eu ia comer... então, ficamos meia hora procurando, fomos no Achados & Perdidos, fizemos mó auê. No final, ele me fez ligar pro "cidadão" que devolveu minha câmera pro A&P! Foi comédia!


(Entrevista - Parte 1)


(Entrevista - Parte 2)


(Entrevista - Parte 3)

Durante as gravações, eu perguntei  pra Chiquinha "como" e "porque" eu havia sido escolhido para ser o "Gringo da Vez".
O "como" foi por causa do PCNB. Eles entraram em contato com o governo e o pessoal lá de dentro me indicaram. O "porque" foi o mais ... bizarro, afinal, quem deveria ser indicado era, por exemplo, o Henrique, que tem um blog mais bem escrito e com mais visitantes. Mas adivinha a razão: PORQUE EU SOU MUITO BONITO!
Haha! Naquela hora eu quase rolei no chão de tanto rir, afinal... tá ficando já meio praxe esse negócio de eu ser o Reynaldo Gianecchini da Coreia.


(Minhas fãs querendo tirar foto comigo, celebridade instantânea, durante o Seoul Design Olympics ^^)

Por causa dessa entrevista, eu recebi uma proposta por email de um jornal furrequento (não é nem um pouco conhecido por aqui) para entrevista online mesmo, por email. A senhorita me mandou umas perguntas e eu respondi, com fotos e tal. Só elogios, pra variar.


(Fotos do Jornal "Tabloid", com a minha entrevista)

Não é só na mídia que eu sou famoso, mas nas ruas também.
Quando eu estive na China, aconteceu uma coisa MUITO engraçada. Chega a ser bizarro o fato de eu ser considerado bonito na Ásia. A minha fama foi até o berço das maiores invenções da história!
Eu estava do lado daquele Cubo D'Água (Lugar de natação, onde foram realizados os Jogos Olímpicos), em Beijing, e queria sacar uma grana urgente. Mas como não via nenhum banco HSBC ou internacional perto de mim, eu resolvi perguntar pra uma guria que atendia na cabine do centro de informações. Perguntei em inglês, ela respondeu bonitinho (apesar de negativamente - não existia banco perto de onde eu estava) e depois foi a vez dela de me perguntar: "POSSO TIRAR UMA FOTO COM VOCÊ!?"
Como eu já estava meio curado dessa situação, eu nem estranhei MUITO. Mas é engraçado se achar um Brad Pitt por aqui! ^^

Pela Coreia ter "aberto suas portas" para a gringaiada não faz muito tempo, então aos olhos coreanos tudo é muito novo. Gringo ainda é um ser de outro planeta, diferente, bonito...
Tem um cara que até virou celebridade aqui: Julian Quintart. Esse retardado chegou aqui pra fazer intercâmbio uns anos atrás (2004). Como deve ter passado o rodo em todas as coreanas pelo seu looking de "lindo, tesão, bonito e gostosão", voltou pra viver. Aprendeu coreano (muito bem) e hoje trabalha por aqui, celebridade total, participando de filmes e novelas coreanas (fonte: Korea Times).


(Foto: Julian Quintart - és um viadinho, mesmo)

Viu como é fácil ser famoso na Ásia? Só precisa não ter olho puxado, cabeça pequena e olhos grandes! ^^
Dada a fórmula do sucesso, um dia, quem sabe, eu chego onde o Julian está!Haha!

domingo, 8 de novembro de 2009

São Paulo e Coreia, algo em comum

Eu sempre achei que as relações comerciais que o Brasil tinha com a Coreia do Sul fossem simplesmente de exportação de carne (lado brasileiro) e exportação de aquipamentos tecnológicos (lado coreano). Isso não deixa de ser verdade, mas finalmente o governo brasileiro tomou um simancolzinho e resolveu fazer alguma parceria descente nessa vida.
O governo de São Paulo anunciou há algum tempo uma parceria com a Coreia do Sul (mais especificamente com a Hyundai) para a compra de mais carrinhos para o metrô da cidade louca que é SP. Mais do que isso, diz o contrato que eles vão "dar" a tecnologia para a gente aprender. Nessa parte eu duvido um pouco, mas vou fingir que eu estou acreditando..
Como um bom andarilho pela Coreia, eu posso dizer que os passageiros vão ser muito bem atendidos, porque... na boa, o metrô de qualquer cidade coreana é mil vezes melhor do que, por exemplo, o metrô de Brasília - minha cidade natal. Como eu percorro essa terra toda semana em direção à capital Seul, ainda mais nesse inverno, eu só devo agradecer ao governo sul-coreano.



(Fotos: meus flagrantes de tiazinha em fim de festa, entre outros mortos e bêbados, voltando pra Cheonan - minha cidade - via subway)

Um exemplo de como as companhias de transportes públicos daqui se empenham em atender BEM ao seu público. Pelo menos na capital do Brasil nem atender normalmente é possível - aliás, a existência do metrô do DF é ainda é incompreensível, na minha visão. Já por essas bandas, eu fico feliz ao pagar míseros 1 dólar pra ir lá onde Judas perdeu as botas confortavelmente (tá bom que nem sempre é possível, mas na maioria das vezes fico numa boa). Nesse frio, então, o assento do carro é o paraíso, já que eu fico com minha bunda bem quentinha, diferente de quando eu estou perambulando nesse ar extremamente gelado do inverno. Outro conforto que a negada de SP vai ter é poder falar ao celular mesmo "enfiados no buraco". Pelo menos lá no interior do Goiás (Brasília! hehe) eu não tinha sinal dentro dos túneis. Só quando ficávamos a "céu aberto". Então, galera... viva a Hyundai aê que tá ganhando alguns milhões com o governo paulista, mas está oferecendo um serviço descente (coisa um pouco difícil no Brasil Varonil).
Apresento aqui, para os leitores da capital paulista, uma boa notícia para quem não tem um carro próprio:


A ViaQuatro, empresa do grupo CCR, concessionária responsável pela operação e manutenção da Linha 4 - Amarela do Metrô de São Paulo, divulgou imagens de como serão os novos carros desta linha, que começam a operar em março de 2010. 

 


Os trens estão sendo construídos na Coreia do Sul e virão equipados com o sistema "driverless", que permite a operação sem a presença do condutor dentro do trem, ainda inédito na América Latina.
Os trens terão ar-condicionado em todos os carros, corredores articulados para interligação entre os vagões e possibilitarão aos usuários falar ao celular e acessar a internet via rede sem fio (wireless).
Outras novidades são a saída de emergência, que será feita por portas em suas extremidades, e as divisórias de vidro que separarão a plataforma dos trilhos em todas as suas estações, o que contribuirá para a diminuição de acidentes.
Outro fator importante de segurança é o sistema de alimentação elétrica dos trens. A rede de energia está instalada no teto dos túneis e estações e, assim, os trilhos ficam desenergizados.
Com 12,8 quilômetros de extensão, a Linha 4 - Amarela ligará a estação da Luz, no centro de São Paulo, à Vila Sônia, percorrendo o corredor Consolação - Rebouças - Francisco Morato, ao longo de 11 estações, a serem entregues por etapas.
As primeiras estações a entrarem em operação são Paulista e Faria Lima. Fazem ainda parte da primeira fase do projeto as estações Butantã, Pinheiros, República e Luz. Até 2014, a linha estará completa, com a entrada em operação das estações restantes: Higienópolis-Mackenzie, Oscar Freire, Fradique Coutinho, São Paulo - Morumbi e Vila Sonia.
Para a primeira fase do projeto, foram adquiridos 14 trens (84 carros). Para a segunda, serão fornecidos, adicionalmente, até 15 trens (90 carros).





(fonte: UOL Notícias)

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Eu amo a Internet...

... da Coreia do Sul!

Outro dia, estava eu aqui baixando o filme Haeundae (해운대), um filme coreano desse ano de 2009, que é sobre um tsunami em plena Busan (cidade costeira no Sul do país). Bem, eu estou usando conexão wireless aqui em casa por dois motivos: um que a entrada do cabo de rede da placa do laptop foi pro espaço, não sei como. Ela simplesmente parou de funcionar. E segundo que é muito mais confortável postar da cama! Eu nunca tive essa oportunidade, porque na minha casa eu tinha que ir pra um quarto que ficava longe de tudo: aqui, eu posso ver tv, jogar Nintendo WII, ouvir música no PC, comer... tudo na cama! =)
Então, nessa hora eu decidi pegar um filminho pra ver e acessei o meu site favorito de torrent: o mininova.org. Normalmente, por ser Wireless, as minhas taxas de download não chegam a ser imensas, mas têm alguns que eu vibro, quase pulando da cama.
Com esse filme eu quase tive um enfarto:


(Printscreen do filme que eu estava baixando)

Vendo essa figura, que eu me dei até ao trabalho de fazer uma legendazinha (já que meu Windows Vista é todo em coreano; em consequência, a maioria dos meus programas têm os menus e outras coisas mais em coreano), você consegue entender o por quê da minha euforia?
Essa conexão na Coreia do Sul é coisa linda de Deus! Imagina eu poder ver um filme em alguns minutinhos!
Isso era uma coisa impensável...
eu ficava lá em casa, com a minha super-conexão BRTurbo, ADSL da BrasilTelecom, achando o máximo ter uma taxa de download máxima de 60kb/s. Acho que isso é um sonho, ter uma conexão quase 20 vezes superior por um preço 2 vezes menor. Enquanto no Brasil, para se ter uma internet desse nível, tenho que pagar PELO MENOS R$100 reais, se eu não estou errado.
Sim, aqui eu pago um preço que, diria eu, seria simbólico, pela internet. Imagine você, no Brasil, pagar, com todas as taxas possíveis incluídas, cerca de 30 a 35 reais. Conseguiu entender o porquê? Não preciso de muito esforço pra amar esses caras que fazem da TI (Tecnologia da Informação) o carro-chefe da economia e propaganda sul-coreana! ^^
Esses dias foi revelada uma pesquisa da Communications Workers of America (a maior trade union nos EUA pra ICT) em que a Coreia do Sul é apontada como o país com a internet mais rápida do PLANETA, com uma velocidade de 20,4MB/s! Sim, os olhos puxados desse país tão escondido entre a China e o Japão ultrapassou o irmãozinho mais velho, os japoneses! Parabéns pra coreanada! E bom pra mim, que tenho uma internet sinistra por um preço muito bom!

Para final de post, fiquem com a musiquinha mais que engraçada dos "Mamonas" da Coreia do Sul! Como vocês sabem que eu só curto besteira, eu me amarrei na dancinha dos caras! Haha! Eu caio da cama de tanto rir dessas coisas bizarras na Coreia:


(Chupôméééén!)
 PS: o pior é que essa música está famosíssima na Coreia! O Renato postou, eu já tinha ouvido num contest que teve na facul outro dia... imagine essas pestes!

sábado, 31 de outubro de 2009

A beleza, segundo os coreanos

Eu sempre quis fazer um post, meio que um FAQ, sobre a idéia de beleza que a sociedade coreana tem em mente.
Obviamente, todos os que lêem o blog deveriam entender que o que eu escrevo é sobre a perspectiva de alguém que vive há um ano, não tem milhares de amigos coreanos (tenho, mas são poucos - apesar de forçar uma integração maior) e não sou dos melhores observadores que rola por aqui. Mas como eu escrevo o que eu bem entendo, então... naquelas! =P

Eu sempre postei aqui minhas reclamações, estados de choque e tudo mais com a surpresa na admiração de uma beleza um tanto diferente que os coreanos têm como referência.
Na minha pequena opinião, desde que eu cheguei na Coreia eu acabei percebendo que a sociedade coreana é EXTREMAMENTE influenciada pela cultura e estilo de vida gringo, principalmente se o hype é "das" América (do Norte). E com o passar do tempo, o meu pensamento não mudou.
Obviamente eu não estou aqui para fazer comparações com nenhum outro povo, porque de influência o Brasil também tá cheio. Mas aqui é um tanto quanto agressivo esse negócio, principalmente quando o assunto é APARÊNCIA EXTERIOR.
Antes de eu vir morar aqui, eu sempre me lembrava quando o Real Madrid e seu time formado de "galácticos" arrumava suas malas rumo a um tour pela Ásia, fazendo a festa da galera de olho puxado. Adivinha quem era o carro chefe da malandragem toda, né? O "deuso" David Beckham. Eu acho que se não fosse por ele e mais alguns outros jogadores-modelos, o time espanhol não faria tanto sucesso com seus anuais/milionários Asian Tours. Tanto que eu nunca ouvi falar do Barcelona (time de jogadores, não modelos) brincando pelo continente asiático. Ou pelo menos não com a euforia hormonal que fazia até as princesas de olhos rasgados se locomoverem aos estádios e lugares onde eles se hospedavam.
Ao mudar pra cá, tudo me pareceu ainda mais intenso. Como eu vivi com coreanos em dormitório, eu presenciei de perto a preocupação dos meninos e meninas deste país. É maquiagem pra isso, praquilo, cirurgia aqui e ali. Não que eu seja apreciador das Raimundas do nosso Brasil varonil, mas custa ser mais naturalzinha? Pelo menos pras coreanas, custa. E muito: trabalho, casamento, vida social... enfim, um montão de coisas que faria muitos deles se tornarem depressivos ou se jogarem de algum lugar qualquer para dar de encontro com a morte.

O estilo que impera faz um tempinho nessas terras é o "ocidental", pra não dizer "americano". Parece que nesse mundo, os seres humanos nunca estão satisfeito com o que têm. Sempre insatisfeitos, buscam a felicidade onde não está. No caso dos coreanos, por exemplo, um dos pontos está no rosto.
As reclamações dos próprios coreanos contra a sua beleza são naturais, podendo extrapolar a contagem nos dedos de ambas as mãos. Aliás, vou listar algumas, as preferidas, só para vocês sentirem o gostinho:

1. Cabeça grande: os coreanos reclamam que a cabeça deles é muito grande, maior que o normal. Por aqui, os nativos SEMPRE notam que a minha cabeça é menor que a deles, e isso é tópico de rodinha por vários minutos, quando nos encontramos. Para tirar foto, então, é um sacrifício enorme. Usualmente, eu sou obrigado e posicionar minha cabeça a frente dos outros para que a minha possa parecer proporcional a dos demais. Tá de brincadeira, né?! Mas isso acontece comigo toda santa vez que eu encontro algum coreano (preciso dizer quantas vezes conversamos/ouço sobre o tamanho da minha cabeça por dia?).

2. Nariz pequeno (ou de conchinha, coxinha, a merda oval que vocês queiram imaginar): bem, normalmente no ocidente a galera tem uma cisma com nariz grande, né. Na verdade, esse é até o meu caso. Quando eu era menor, tinha um nariz normal. Ouvi falar que as únicas coisas que não param de crescer são o nariz e a orelha; no meu caso, acho que Deus me "abençoou demais" nesse crescimento... acho que foi um pouquinho além da conta. Porém, entretanto, contudo, aqui na Coreia a coisa é TOTALMENTE diferente. Caro leitor, pense na situação do avesso: em vez de as pessoas terem nariz grande, elas têm nariz pequeno. Por consequência, querem ter um nariz grande... ou pelo menos o osso nasal que fica entre os nossos olhos mais avantajados, mais altos, já que o nariz dos coreanos é meio achatado nessa parte (isto é, eles não têm um osso muito altinho). Imaginou a situação, né? Agora faça o mesmo pondo um gringo narigudo na Coreia. Conseguiu? Pois é... para quem era saco de pancadas no Brasil, apelidado de Tucano e outras coisas infames, aqui eu simplesmente tenho um nariz LINDO, que todo coreano gostaria de ter. Isso inclui ambos os sexos. Portanto, você que é descendente de português narigudo, árabe ou alemão com um "cano" no meio da cara, PARE DE SOFRER! Venha para a Coreia que você só vai ouvir elogios sobre o que antes era seu ponto fraco! Haha!
PS: também não me venha com um cano longo, né! Um do meu tamanho já está de bom tamanho, porque a "esquisitisse" coreana não chega a extremos.


3. Olhos pequenos: algo que nem todo mundo deve saber, mas coreano (e asiáticos, de um modo geral) tem uma TARA mortal por olhos grande, com cílios fartos e dobrinhas-duplas. Eu não tinha idéia de que ponto chegou a sociedade coreana no que se refere a vontade de praticamente se re-inventar. O meu primeiro contato com esse "afrodisíaco" foi na primeira aula de coreano, quando eu não entendia bulhufas da língua, nunca tinha ido a nenhum lugar que seja a porta do meu dormitório e ainda estava impressionado com o sonho que eu estava começando a viver. A minha super-querida professora de língua coreana, a senhora Yoon Ea-Sook (윤애숙), olhou pra mim e soltou uma frase (em inglês) digna de risadas e membranças pelo resto da minha vida: "Suas dobrinhas-duplas do olho são tão lindas! Você não quer me emprestar não?". Essas dobra a que ela se refere é algo que naturalmente a maioria esmagadora dos coreanos (e asiáticos) não têm: o que em inglês chama-se "double eye-lid". Pegue um espelho, e foque a sua visão no seu olho. Essa pelezinha tão sensível que sobre o nosso olho (que eu não sei o nome) NORMALMENTE se dobra quando o nosso olho está aberto. Fisiologicamente, eu não tenho a mínima idéia da causa da diferença entre a falta e a sobra entre os asiáticos e ocidentais. Agora, é fato que a maioria não têm. Porém, em vez de eles reclamarem e simplesmente se contentarem com essa diferença exterior, eles simplesmente fazem cirurgia para poderem também "apreciar a vantagem" de ter a merda da dobra. Sim, meus amigos, isso acontece. E é muito mais comum do que você pensa. Enquanto as meninas ganham um book fotográfico e uma festa de arromba ao completarem 15 anos, as coreanas ganham UMA CIRURGIA DE DOBRINHA! Ah, faltou falar que isso não é exclusividade do sexo feminino, mas é bem normal elas terem esse presentinho de quinze anos.
O negócio ficou tão comum que quando pergunto a algum coreano de uma geração abaixo dos 35 anos se fez a cirurgia, caso eu ouça uma "negativa" eu fico MUITO surpreso. Isso já se tornou um tanto quanto comum por essas bandas; é quase tão quanto tomar um banho.



Acima é o vídeo de uma entrevista com Bi (비), ou Rain, para a CNN. Eu queria somente que vocês prestassem atenção para a parte em que ele se refere ao início de carreira dele, que foi difícil por ele não ter um look ocidental. Na boa, coreanada: vão praquele lugar! Só porque o cara não tem um olho grandão, uma dobrinha lá ... E O KIKO?
Tá bom que no Brasil, pra uma CANTORA ser bem sucedida, ela deveria ter um peitão, uma bundona, um corpão-violão. Mas eu já disse e repito: não estou aqui para fazer comparações com o Brasil, porque senão eu teria que zuar com ambos os países.

4. A tal da "banha": por aqui as gordinhas também não têm vez. Mas de um jeito muito mais drástico. Enquanto no Brasil as meninas que tem seus atributos grandinhos são tidas como gostosas, por aqui isso é meio sinônimo de gordura. Até onde eu sei, é bem normal uma mulher brasileira se considerar magra aos 55 quilos (claro, dependendo da altura), não é mesmo? Aqui as minas só ficam satisfeita se tiverem lá os seus quarentinha e olhe lá porque daria para "secar" um pouco mais o corpo. No Brasil estamos acostumados a toda aquela escultura da mulherada, aqui a galera é "Olívia Palito" mesmo. Aqui eu até brinco com uns caras, quando a gente passa por umas coreanas muito magrinhas, falando "ó o chopstick ambulante..." de tão magras que elas conseguem ser. Culpado? A própria mídia e sociedade coreana, na minha humilde opinião. Em todos os lugares, novelas, propagandas, modelos, só há garotas magérrimas, quase esquelética, bulímicas e o caramba. Aí fica o reflexo de toda essa lambança nas ruas: quem quer ser aquela "balofa"? Ninguém. Prejuízo: não casa, fica pra titia, quer morrer por ser gorda ou compra milhares de produtos para emagrecer e é mal vista pelos pensamentos alheios infames.


(Filme "200 Pounds Beauty": como ser gordinha na Coreia é difícil!)

5. Negritude: você que é brasileira (o) e gosta de pegar um sol pra ficar fritando, quase preto de tantos raios solares absorvidos pela sua pele, nem deve imaginar que aqui no Oriente o negócio é do avesso, como literalmente a imagem do globo terrestre nos faz pensar! Aqui, ser um pouquinho mais "queimado" não é o melhor dos sinais para o referencial de beleza. Isso não vale somente na Coreia, mas por aqui o povo é EXTREMAMENTE chato com isso, principalmente as meninas. Quando eu cheguei aqui nessas bandas, eu queria não acreditar que as meninas na faculdade colocavam os seus livros tampando a cara para que evitassem o contato com o sol, e assim pegassem uma "corzinha". Fora as maquiagem esbranquecedoras que deixam algumas meninas com umas caras MUITO ASSUSTADORAS. Eu fico com medo quando elas passam maquiagem, porque tem umas que exageram de uma forma que eu não tenho nem coragem de chegar perto! Dizem que a razão dessa aversão toda contra o Sol é bem simples de se entender: há muito tempo atrás, quem era mais "pretinho" trabalhava no campo e era pobre. Então, se alguém quer fugir dessa "realidade" de trabalho duro e dificuldade financeira, atesta pela branquitude.
Agora eu queria saber o que os coreanos que vão para o Exército fazem, já que não podem ficar com essas viadagens no meio dos treinamentos! E os mestiços (filhos de negros com coreanas)? E os japoneses de Okinawa? ^^
 

(Foto: Denyce Lawton, uma cantora famosa africana-coreana)

Bem, esses cinco só deram uma das mãos, mas era só pra poder mostrar para os leitores o quanto os coreanos são insatisfeitos consigo mesmos!
Eu sempre fui contra todas essas coisas que os coreanos fazem contra eles mesmos. Eu acho isso uma auto-mutilação, pois só destrói quem eles realmente são. E tudo isso em favor de outros, já que sempre ligamos para o que os outros acham de nós; e aqui a coisa não é diferente.

Agora, com toda a humildade, deixem-me revelar uma coisa que me ESPANTA a cada dia nessa vida de Coreia: EU SOU UM CARA BONITO, segundo a sociedade coreana.
Sim, no Brasil eu sempre tive minha beleza subestimada: nariz de tucano, Tony Ramos, frango...
incrivelmente, contrariando toda a sanidade que ainda resta nesse mundo, eu sempre sou abordado por colegiais, tiazinhas, tiozinhos, me elogiando pelos meus "atributos físicos", coisa IMPOSSÍVEL de acontecer no Brasil.
Eu nunca tive o meu ego tão massageado quanto aqui. Tanto que eu até estou "arriscando" uma carreira de modelo (sério! Mas é só pra ganhar uma grana mesmo.. Clique aqui e você poderá ver a verdade). Aliás, eu até agora não entendo porque eu não vim pra cá antes!
É como eu disse antes:

FEIOS DE TODO O BRASIL, TENHAM PIEDADE DE SI MESMOS E VENHAM PARA A COREIA.
Este país resgatará o seu respeito a si próprio, o seu ego e tudo mais! Você será uma pessoa mais feliz consigo mesmo! Haha!
Observação bem grande: Caso você mude para a Coreia achando que sua vida vai virar uma farra de boi, seu apartamento vai virar um motel, se desiluda agora. Ser bonito (e gringo) não te garante essa vida de sonho não, ok?

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Escutando abobrinhas à la coreana

Eu sempre achei que essas coisas de racismos existissem mesmo, mas em um grau menor do que as reveladas por africanos chatos-reclamões e iranianos (como o Henrique). Na verdade, eu sempre tentei dar um desconto para os coreanos, com desculpas que são UM POUCO cabíveis. Quando chegavam iranianos ou africanos perto de mim falando que coreanos são cornos, filhos de prostitutas, racistas e tal, eu dava a desculpa explanada na linha seguinte.
Os coreanos sempre foram, da maneira deles, fechados para o resto do mundo, exceto nas vezes em que foram invadidos (seriam elas trossentas? Afinal, posso contar umas 5... só das que eu sei!). Desde a Guerra da Coreia, os cidadãos desta terra têm simplesmente ESCANCARADO as suas fronteiras para o exterior, querendo dar uma de "global", o que não é pecado. Porém, é fato que a geração da Guerra nunca teve muito contato com brancos, pretos negros, indianos, iranianos e etc e coisa. Portanto, era compreensível tamanha curiosidade por parte deles, quando não racismo, mesmo. Afinal, coreano assusta a qualquer coisa que seja diferente ao que eles estão acostumados (eu acho). Então pense naquela geração que já não está muito bem da cabeça, nunca viu uma pele mais escurinha, mas que de repente é obrigada a conviver com tipos de pessoas totalmente diferentes. Aliás, existe uma outra desculpa para os muitos comportamentos agressivos por parte dos coreanos: aparência conta MUITO.
Tá, você não foi convencido, né? Desculpa aê, não tenho a mesma propriedade que certas pessoas na hora de tentar fazer com que ela ceda aos meus argumentos. Então, caso você não tenha sido muito influenciado pela minha desculpinha meia-boca, não se sinta mal. Eu acho que nunca consegui convencer alguém de que os coreanos são vítimas de sua própria história! =P

Bem, como eu disse no post anterior, esse fim de semana estive em Daegu, a minha linda ex-cidade! Para quem se lembrava dos tempos que eu reclamava horrores dessa cidade, deve estar achando que alguém está me pagando para eu fazer elogios.. mas simplesmente aprendi a gostar de lá, depois de me mudar do céu para o inferno! Pelo menos o inferno tem uma coisa boa: um caminho mais curto em direção ao céu mais elevado da Coreia - Seul.
Bem, enquanto eu estive lá na cidade, fui para uma festinha de um cabra amigo meu que estava se mudando de casa. Na verdade, eu jurava que era uma fetinha, mas no final acabou sendo uma bebedeira normal, como qualquer outra que já tive nesse um ano e tantos meses morando aqui, com direito a Soju e umas side-dishes muito boas. Tava tudo acontecendo para ser só mais uma "호프 Night", mas os profissionais do soju ficaram muito bêbados e descontrolados. Aliás, eu nunca tinha visto o master, o cara, do Soju morto assim na frente da multidão; afinal, coreano que é coreano não ficaria tão mal assim em tão puco tempo (afinal, bebemos muito pouco para terminarmos naquela situação - e é mentira, coreano  que é coreano fica mal de qualquer maneira... é tudo lenda, apesar de coreano nascer com soju no sangue MESMO~). Bem, enquanto um deles estava brincando de se atirar em outros clientes em sua cadeira com rodinhas, um coreano estava dormindo. E o outro estava conversando comigo. Eu, querendo ser um bom 동생 (don-sén -> irmão mais novo, poxa! Aprenda logo essas palavras~), me esmerava para deixar a nossa side-dish mais próxima dele. Então, toda hora eu pegava uma porção de uma salada qualquer que estava mais longe dele, e jogava no prato dele. Claro, naquela altura do campeonato, não tinha como ser muito delicado, se é que você me entende. Então, eu simplesmente pegava os meus pauzinhos (chopstick - 젓가락 - chokárá) e deixava a comida que estava entre eles cair no prato do cidadão. Mas uma hora o lezo se irritou e falou: "ei, eu não sou preto pra você jogar a comida assim pra mim". Na boa, eu juro que até hoje eu tento entender que naquela hora ele estava bêbado. E MUITO. Porque simplesmente não têm explicação para aquilo. Eu arregalei o olho pra ele e falei: "ô animal, eu só estou tentando ser legal contigo e te servir uma comida que está mais longe de você. Agora tu vem me falar que o que eu estou fazendo só se faz para PRETO?". Não precisa falar que eu fiquei em estado de choque por alguns minutos, tentando entender toda aquela situação; afinal, eu nunca tinha ouvido face a face tamanha falta de respeito para com os meus "chegados mulatos". Na hora me deu um sentimento de desprezo total por aquele ser que eu considerava amigo... porque pra mim amizade revela também afinidades. E eu não compartilho de nenhuma idéia racista, por mais "de zueira" que ela seja.
Realmente, Henrique... ser iraniano ou negro é difícil na Coreia, né!? Huahuahua! Ou, eu tenho que zuar um pouco os outros pra não ficar puto com essa situação.
Bem, discutir com o doido lá e depois pronto, ficamos naquela e nunca mais falamos no assunto.

Mas calma... a abobrinha mais engraçada que eu ouvi foi na noite seguinte, voltando pra minha roça "querida". Depois de dar uma volta pela ex-universidade (post anterior) e indo para o Hard Rock ver um maluco coreano de longa data, resolvi voltar pra Cheonan na calada da noite. É sabido que a distância de Daegu para Cheonan, mediante o lerdo Mugungwha, é de 3h. E eu tomei o trem das 0h26. Nem precisa imaginar que horas eu cheguei em casa, né. Faz as contas aí, fera da matemática! =P
Bem, na hora que eu desembarquei na Estação de Trem de Cheonan, pensei: "será que rola de ir andando pra casa? Afinal, nem estou afim de gastar com taxi pra chegar ali... já que daqui até lá em casa só são 25 minutos andando!". Mas eu estava bastante cansado, então eu realmente "apelei" para o taxi. Só que pra isso eu tinha que atravessar a rua e dar mais alguns passos, até que um taxi pudesse me ver no meio daquela escuridão (tá bom, nem tava tão escuro assim... só que a iluminação não era LED! Huhu). Bem, e foi o que eu fiz, já pensando que certamente pegaria um taxi para "evitar a fadiga". Logo do outro lado da rua, às 3h da madrugada, tinha duas tiazinhas (as famosas ajummas) na delas, de bobs. Enquanto eu me aproximava do lugar onde elas estavam, para simplesmente virar a esquerda e continuar o meu caminho, elas ficavam fitando-me com os olhos, assim como qualquer outro coreano de Cheonan (ou melhor, de cidades menores que Seul) faria ao ver estrangeiros - também conhecidos como alienígenas. Quando estava para virar de costas para senhora, eis que ela manda um "아가씨~!" (Agachí - na tradução dos dicionários, "mulher já casada" young lady). Eu, na minha inocência brasiliense, não tinha entendido (ou não queria, tentando não ser o pervertido da história) o que a tia falou e perguntei, meio grosseiramente "뭐~?" (Muô - "Quê?"). Bem, depois que ela tentou ser mais clara pra mim, percebi que o pervertido na história não era eu! Haha! Ela repetiu o "agachí" e fez aquele gesto de "Tô ferrado", quando lá no ensino médio queria sinalizar a algum amigo ou pessoa próxima... ou então o outro sentido mesmo, que é o di "sékissu". E ela fez essa merda com a mão umas três vezes... eu fiquei com uma grande interrogação na minha cabeça e respondi "아뇨, 고마워", sendo grosseiro mesmo. Eu não sei aonde, mas já tinha ouvido dizer que o termo "아가씨" também significa "prostituta"... mas eu tentei com todas as minhas forças não ser pervertido de imediato, mas... me forçaram! Haha! Depois de agradecer pela oferta, saí de perto e peguei meu taxi. Logo que entrei, já puxei assunto com o motorista, em coreano: "ou, aqui nessa rua tem muita puta?", dando umas risadas, claro. Achando que eu não falo nada de nada em coreano, ele respondeu, misturando coreano com inglês: "응, 많이있어요~". Logo contei o porquê da pergunta: "é que umas tiazinhas ali atrás quiseram me introduzir umas putas", expliquei pro tio, ainda em coreano. Aí o cara partiu pro inglês mesmo, provavelmente para que não restasse qualquer dúvida: "No, no... bad! Bad!", afzendo uma cara de "quem comeu e não gostou"! Haha!
Só sei que eu fiquei um tanto quanto apavorado com a Gomorra que Cheonan têm se apresentado. Pelo menos em Daegu eu não me lembrava de ser tão escrachado assim... e em Seul era normal achar esses lugares em certos pontos, como Itaewon e Yongsan, não sendo tão escrachado (pelo menos eu nunca achei).
A putaria, pelo jeito, rola solta na cidade inteira... e eu achando que era só na rua onde eu vivo, também conhecida como "A Zona".
Bem, eu só fiquei meio espantado mesmo... porque eu não sou muito fã dessas coisas mesmo! E nem tenho dinheiro! =P

Continuem comentando, galeris...
abraços.

Chorando pelas ruas coreanas..

Hoje eu acho que vou acabar fazendo um post bem emotivo..
e o pior: acabei por quase perceber que o que eu vou falar aqui vai de encontro a uma micro-frase que o Henrique escreveu no último post dele, mas nem tão "cópia-cola" assim. Foi só a idéia mesmo! Se assusta não! =P
O negócio é que esse final de semana eu fui para a minha ex-cidade visitar os amigos.. o que foi bem divertido. Para não variar, alguém tinha que cair muito bêbado, né. Esse não foi eu, obrigado.

Mas a coisa que tocou o meu coração foi no dia seguinte, no domingão pela tarde. Como eu estava passando na frente do portão da minha ex-universidade, eu pensei: "por quê não dar uma voltinha, né?". Acabou que desde que eu pisei lá dentro, comecei a me lembrar, frente aos meus olhos, dos momentos em que passava por essa rua, pela tarde, pela noite... querendo comer ou beber alguma coisa com as pessoas que estavam na minha vida quase que diariamente. Para deixar a situação mais em tom de novela daquela das 8, em que o cara foi deixado pela mina e agora fica caminhando pelos cantos numa vagareza grande, eu ia nesse estilão mesmo.

(pronto, pode apertar o play aí em alguma mp3 bem depressiva que você tenha no seu PC e continuar lendo o texto)

Quando cheguei no portão central, perto da biblioteca, então... era quase que um sonho pensar que já tinha-se ido um ano e que eu nunca mais voltaria a estudar naquele lugar tão lindo que é a Keimyung University. Estava um solzão muito bonito, contrastando com um friozinho que batia - fazendo com que eu me lembrasse que o "inveno ao estilo Brasília" já tinha chegado e era hora de eu vestir o meu casaco.
Fiquei pensando em muitas coisas que eu fiz por lá, mas também nas muitas coisas que eu não curti nessa universidade. Infelizmente existem coisas que você só percebe que não curtiu depois que já se acabou (aí é que entra o que o Henrqiue mencionou - tá bom, tem porra nenhuma a ver, mas tá valendo! hehe). Eu não sei porquê, mas não é a primeira vez que isso acontece. Aliás, muitos lugares, ocasiões eu cheguei a não curtir muito por culpa minha mesmo, falta de vontade de ver novos lugares, experimentar tudo o que aquilo tem a me oferecer. Isso aconteceu principalmente com as várias viagens que eu fiz ao longo da minha vida.
Quando cheguei no prédio onde eu "estudava" a língua coreana, então... quase chorei. Mas logo que começou a doer o meu coração eu me lembrei que homem não chora, então eu parei com essa bobagem! Hehe.
Fiquei andando em volta do "Language Center" por uns 10 minutos, até que me perguntei: "Por quê não mandar uma mensagem para as minhas professorinhas de coreano queridas?". Acredite, eu fiz isso (aliás, ter telefone de professores é algo BASTANTE comum por essas bandas - coisa que eu nunca tive no Brasil!). Enviei para as minhas três professoras favoritas, a Yoon, Lee e Ryu. Fiquei muito baqueado com a situação de não poder voltar no tempo e poder viver mais aquele momento, já que hoje eu me encontro em um lugar sem muitos amigos (já disse e repito, quer ser meu amigo?) e coisas para fazer. Enfim, foi muito emocionante.
Depois de enviar um SMS todo emocionado ("professora, eu estou passando pela Keimyung e me veio a cabeça muitas memórias~! Sinto sua falta!"), até a prof. Lee me ligou! Papeei com ela por uns minutos.. vou tentar marcar um encontro com minhas profes daqui um tempo.

Aliás, avisando a Briza aí, as nossas profes estarão na festinha do NIIED, daqui menos de 2 meses! Uhul!
E avisando aos bolsistas mais por fora do que eu, a festinnha de final de ano vai ser na Keimyung! Que ironia do destino, hein..! =)

Pelo menos aprendi uma lição (ou não): curtir ao máximo o que é dado a nós. Então, vamos zuar muito nessa Coreia! =)

Pronto, agora eu vou ver se consigo alguma coisa mais inspiradora para postar.

domingo, 18 de outubro de 2009

Lar, doce Lar

Bem, galeris...
agora que vocês alcançaram um nível mínimo de comentários, vou postar alguma coisa nova.
Mas essa coisa eu estava querendo postar faz tempo, mas nunca o fiz. Motivo: preguiça INSANA.

Desde que eu me mudei para a minha nova cidadezinha, um muquifo enfiado no norte chamado Cheonan (천안), eu estou morando por conta própria. Desde criança (diga-se 17 anos, saudosa era da revolta juvenil) sempre quis morar por conta própria. E esse "sonho" veio a se realizar aqui do outro lado do mundo, entre milhões de pessoas com olhos puxados..! Quem diria!
Aliás, esse sonho foi muito mais realizado por pressões externas da convervadora sociedade coreana. No primeiro ano na Coreia, eu morei em um dormitório universitário. Bem, no primeiro dia tudo pareceu muito lindo e maravilhoso, muito organizado; parecia até que finalmente eu teria uma vida universitária de verdade. Mas essa vida se tornou em uma chateação diária.
É sabido entre todos os que moram por aqui que alojamentos universitários coreanos são muito cheios de leis; se você é coreano, então, sai de baixo. As leis parecem ser destinadas a pessoa menores de 18 anos, apesar de que todos nós somos pelo menos maiores que essa idade. Mas a preocupação dos pais é tão grande que impõe às universidades um tratamento um tanto quanto rígido aos seus pimpolhos. Uma, e talvez a mais importante aos olhos ocidentais, seja o curfew, também conhecido como "toque de recolher". Obviamente, as "ordens" dependem de universidade para universidade, mas são todas praticamente iguais, generalizando logo a parada. A Keimyung University (계명대학교), por exemplo, tinha os seus dormitórios TRANCADOS às 23 horas. Na boa, pra mim eles estavam tratando a gente como crianças. Então, depois de começar com a vida vagabunda (leia-se: sair quase todas as noites), comecei a ficar muito puto com essa idéia. Achamos uma solução temporária, depois de um tempo: pular a janela. Claro que os tiozinhos não são tão retardados para não perceberem a falcatrua em pouco tempo. Então, começaram a trancar as janelas que não fossem de quartos onde os seres humanos dormem. Já havia outro sistema paralelo para "conferência" de alunos: eles entravam em TODOS os quartos para fazerem chamadas de quem estava ou não presentes em seus habitats na devida hora, antes da meia-noite. Caso não estivesse deitadinho, levava um pontinho de falta pra ficar esperto. E, em teoria, caso tivéssemos 6 pontos na carteira, seriamos chutados para fora. Nem precisa falar que, apesar de ter alguns recordes (mais de 20 pontos em um período), nunca sequer fui ameaçado de chute. Claro que já me chamaram na administração para uma conversinha ao pé do ouvido para me perguntarem o que estava havendo comigo e tal, mas nada mais que isso.
Depois, reformaram a portinha e adotaram um cartão eletrônico. Então, num primeiro período, só éramos permitidos a entrar, mesmo usando o cartãozinho da felicidade, até a hora do toque. Depois, éramos rejeitados pelo trossinho eletro-magnético. Num segundo período, eles mudaram a forma, depois de uma reclamação em massa por parte da gringaiada vagabunda, para marcação de pontinhos, caso você usasse o seu cartãozinho após as 23h. Isso foi muito melhor, mas não deixávamos de levar uns puxões de orelha. Mas tudo bem, levávamos o lema "eles que se explodam" bem a sério! =P
Desde que eu soube que ia me mudar, no segundo ano, para esse fim de mundo, prometi a mim mesmo tratar de achar um jeito de conseguir morar por conta própria!
E não é que eu consegui!?
Bem, eu vou explicar rapidinho para os pentelhos queridos leitores que me enchem o saco enviam emails sobre esse assunto. Viu, nem sou tão chato assim como vocês pensam.

O método mais normal de aluguel de casa é a partir de um aluguel normal, como qualquer outro (nossa, sou tão inteligente, hein!). Mas a coisa funciona de forma UM POUCO diferente aqui na Coreia, até onde eu sei. Não espere uma informação muito detalhada, pois eu não sou expert no assunto.
Caso queira alugar uma casa, o jeito mais fácil é achar uns papelzinhos em troncos de árvores oferecendo aluguel OU ir a uma agência de imóveis, conhecidas como Budongsan (부동산). Para pessoas não muito afortunadas como eu, o mais normal, caso queira REALMENTE morar SOZINHO, seja o chamado, em inglês, ONE-ROOM (원룸). Bem, caso vocês estejam curiosos, o lugar é exatamente como diz o nome: o negócio inteiro é um quartinho só. Claro, tem o lugar para defecação, mas são só essas duas porções de chão mesmo. Para viver num desses não é a coisa mais fácil do mundo, já que ANTES DE TUDO você tem que deixar um troquinho com a agência. Ao escolher um quartinho pra viver, você tem alguns detalhes sobre o AP. Alguns que eu poderia citar seriam: quantos metros quadrados tem, aluguel mensal e o "cheque caução" (corrigido pelo Henrique). Na minha opinião, o que mais destrói alguém que vem pra Coreia mediante uma bolsa de estudos é o último item mencionado. Esse negócio funciona literalmente como eu descrevi: um dinheiro que você vai dar para o dono do apartamento, e que quando o contrato chegar ao seu fim, ele te devolve o valor integralmente. Para a infelicidade geral dos pobres, o tal do dindin ($$$)  depende muito da região onde você deseja armar o seu ninho de amor. Enquanto nesse buraco chamado Cheonan o tal do cheque fica em torno de 2 milhões de Wons, em Seul a coisa muda totalmente de figura: por volta de uns 15 milhões você consegue algo! Pode começar a chorar caso você queira morar na capital, queira viver no seu próprio teto e dependa de bolsa! =P Por isso que a maioria esmagadora dos estudantes gringos que vivem em Seul tratam de armar suas cabanas em dormitórios; afinal, é a única opção viável caso você não seja filho de um Ministro do Afeganistão.
Um lembrete pra te deixar mais triste ou feliz: o valor do cheque-caução pode depender de um acordo com o tiozinho dono do lugar. Por exemplo, coreanos bonados (maioria?) normalmente botam o cheque caução lá nas alturas (exemplo: 50, 75 milhões de Wons) e pagam pouco ou até mesmo nada mensalmente. No máximo uma conta de luz aqui, de água ali... essas coisas básicas. Mas como luz e água são relativamente baratos, então isso não pode ser levado muito em consideração. Daí você, que ficou assustado com esses valores, me pergunta: como pode nego dar esses valores assim "de bobs"? E a parte mais intrigante: não pagar nada depois!
Pois é.. o negócio funciona mais ou menos assim, até onde eu ouvi (espero não ser o tipo que ouviu a vaca gritar e não sabe aonde!): se você der essa quantia escrota, o dono pega o montante e aplica em algum lugar. Isto é, esse dinheiro vai render MUITO dinheiro pra ele, logicamente mais do que se você desse um valor X para ele mensalmente. De certa forma, caso você tenha todo esse poder aquisitivo, é muito bom pros dois lados: primeiro, o cara ganha em cima desse dinheiro, investindo no mercado; segundo, você só DEIXA de perder alguma coisa. Afinal, você vai ter toda essa bufunfa de volta! Ah, se eu tivesse toda essa grana... ia ser bom demais! Mas nada nessa vida são flores, não é mesmo... =(

Aliás, parece que só quando se tem a experiência percebe-se que aquilo não era tão fácil assim. Até aqui, quem se preocupava com o papel higiênico? O recolhimento do lixo que começa a encher de mosquitos cornos? Bem, até pouco tempo era a ajumma que lavava o banheiro do dormitório! Agora sou eu... ó vida! =P
Aliás, falando em recolher o lixo, essa é uma das coisas mais PORRES aqui na Coreia. No Brasil a gente tem costume de pegar bilhões de sacolas plásticas no supermercado, já na intenção de cobrir a nossa pequena lixeira e depois deixar tudo na frente de casa para o caminhão pegar, não é? Ok, pelo menos em Brasília geral faz assim. Pronto. Mas existe uma porcaria chamada SISTEMA que não deixa que as coisas sejam um pouquinho mais fáceis pra mim, um ser que viveu debaixo das asas dos pais até a mudança para a Ásia. A merda do lixo tem que ser colocado em uma merda de uma sacola especial, que é comprada em determinados lugares por valores EXORBITANTES. Isso, claro, valoriza algo que eu espero que funcione: o recolhimento seletivo de lixo. Para cada cidade, existe uma regrinha diferente, portanto eu vou citar o caso de Cheonan: tem uma sacolinha vermelha-rosada que é para orgânicos e a amarela-maionese que engole o resto de qualquer coisa que você pense (desde que não seja comida-orgânico, claro).  Isso me apurrinha muito, porque eu sempre fui um cara não muito ambientalista: isto é, sempre joguei a merda no primeiro buraco que visse e pronto, alguém vai cuidar da coisa lá no futuro. Além do mais, tenho que jogar em lugar especial... e se falhar no tipo de sacolinha, eles fazem de tudo para descobrir quem fui o cretino que não obedeceu a ordem. Nem precisa falar que já fui alertado DUAS VEZES por causa dessa sacanagem de coleta seletiva (desculpa aê, fãs do GreenPeace). Mas calma, ainda estou me iniciando na parada, com o tempo vou pegar o jeito, beleza?
Bem, viver sozinho tem algumas vantagens que já podem ser deduzidas das reclamações sobre dormitórios relatadas acima, mas ainda podem ir além. Pode-se fazer muitas festinhas com comida, bebida, televisão, som e outras coisas mais, coisa que não era possível ser feita do jeito que a gente queria nos tempos negros de vida em Daegu, a minha antiga cidade. E comida é SIM um fator que me faz mudar de comportamento. O que a possibilidade de cozinhar em casa não faz, não é? Além disso, economiza um bocado ao bolso, o que me deixa muito feliz.
Bem, queria passar pra vocês a vista aqui dos arredores de casa, bem aos moldes do post do Henrique sobre a casa dele.
Ao contrário dele, que mora a alguns passos da universidade, eu moro a alguns milhões de quilômetros da minha. Essa é uma desvantagem MUITO grande que eu tenho, mas há uma vantagem nisso tudo: eu moro no "meio da fofoca", como diz a Briza. Nego que vem da "capitár" não acredita, mas onde eu vivo é o centrão mesmo! Não existe outro lugar com mais cara de downtown que esse. Todos os lugares pertinentes a diversão, comida, álcool e zueira se encontram em um raio de 500 metros da minha casa. Até mesmo algumas formas de chegada a cidade são coladas na minha casa. Caso alguém esteja interessado em vir a Cheonan de ônibus, você vai descer em uma estação de ônibus que é a menos de 3 minutos andando. Menos a estação de trem/metrô que liga a Seul, que está a cerca de 30 minutos, andando. Mas nem estou tão mal assim como eu estou publicando.. isso é só a raiva de não ter ido pra Seul, que ainda queima no fundo do fundo do meu coração! =P

Aí vão algumas fotinhas da situação:


("o meio da fofoca")


(a direção da minha casa)


(a rua durante o dia)

(a rua durante a noite)


(bora pra "náiti" coreana?)

Para quem não sabe ler em coreano, vou explicar o significado de todas essas letrinhas iluminadas perto do meu recinto. Na foto acima há o Night-Club Sizi. Bem, depois de voltar de um lugar desses no meio da madrugada, machos com muita lábia sabem que podem ter a oportunidade de irem para outros lugares que não seja a casa de seus pais. Esses lugares são denominados MOTEIS, (모텔) que na Coreia tem dupla funcionalidade: quarto para dormir e quarto para "nheco-nheco", se é que você me entende. O que rola é que tem MILHÕES desta éspecie ao meu redor. Tanto que não é surpresa eu ver, a todo hora do dia e da noite, muitos casaizinhos abraçados andando pela rua onde moro. Acho que eu moro em algo parecido com a "15 norte", huahua! Quem mora ou sabe da situação de Brasília, está por dentro do que eu estou falando. Mas para não deixarem vocês fora da piada, vou explicar: a 15 Norte é uma quadra de Brasília muito conhecida por ter várias prostitutas ao redor. Caso você passe por essas bandas pela noite, pode ver várias na rua balançando a bolsinha e vários carros parando para saber de qual é.
Obviamente eu disse PARECIDO, pois aqui em Cheonan não é o mesmo sistema. O negócio é que toda semana algum chato/desmatador de árvores distribui nos vidros de carros e ruas da avenida alguns cartõezinhos com telefones de putas trajando estilos orientais e tudo mais. Os mais divertidos são os que falam "Segredo! Ssh!" (비밀!쉿!~). Mas o normal mesmo é colocarem alguma foto de colegial e escrito: "Massagem"... além do telefone, claro. Bem, isso só fica para registro para a galeris mesmo, porque vai ser meio difícil eu cogitar a idéia de ligar para uma delas! =P
Além do mais, eu moro também perto de algumas lojas de conveniência, também conhecidos como butecos para convivência. Bem, eu estou localizado exatamente acima de um deles, que não é tão cara de buteco, mas tem lá seus objetos destinados aos cornos que gostam de beber lá: cadeira, mesa e brinquedinhos "caça-níqueis" (foi mal, mas eu não sei que outro nome dar a esse negócio).
Esses malditos brinquedinhos muitas vezes não me deixam dormir por causa de seus malditos usuários, que em sua EXTREMA maioria estão bêbados. Infelizmente esse game não é exclusividade do Buy the Way logo abaixo, pois essas pragas estão enfestadas na Coreia inteira. Então eu que vou ter que aguentar mesmo.
Eu ainda estou para fazer uma pesquisa de campo sobre a seguinte questão: por quê todo bêbado gosta desses dois joguinhos? Cara, se tem uma coisa que dá IBOPE logo após uma bebedeira boa é esse tipo de game que come o seu dinheiro com uma velocidade incrível. Mas isso com certeza fica para uma próxima. Por enquanto, fica só a foto dos brinquedinhos:



Bem, e finalmente esse é o interior da minha casa, totalmente bagunçado; mas tenho uma descupa: isso é casa de homem, pô! Não queira algo muito bem organizado! Mas pode relaxar.. quando alguém vem aqui com aviso prévio, eu já dou um trato bacana para aparentar menos porca!

 
Taí o meu Quartel-General: minha cama, que é desse ninho de passarinho mesmo que eu escrevo meus tão inspirados posts sobre a minha vida na Coreia! Hehe.

 
Essa é toda a tralha que eu normalmente uso: televisão de "última geração", Nintendo Wii (plus Wii Fit), uma merdinha com bilhões de livros de coreano e minha mesa gigante de vidro, que serve pra ocupar qualquer coisa, desde cueca até espuma para fazer a barba! =P


E esse meu vidro gigante, que dá vista para todos os motéis aqui perto. Do lado de fora tem meio que uma varandinha, então é lá que eu coloco minhas roupas pra secar e tudo mais (também tem uma lavadora e tals).


Essa é a minha pequena cozinha. Foi mal, galera... mas isso é só um espaço pra dormir, comer, ver filme... essas coisas! Não queirem sala de jogos e mais uma porrada de coisa também não, né!


E eis a entrada. Sim, ela tá meio humilde, estranha, parece que eu vivo num bueiro. Mas quando eu cheguei essa parada na porta já estava assim. Aliás, as portas convencionais na Coreia são tão feinhas. Parece de prisão, mas tudo bem. Note que em QUALQUER casa de coreano existe esse espacinho para deixar o tênis, dandalias e o que tiver mais. Nunca entra-se com o "pé embrulhado" em casas por aqui. Por mais que você esteja naquela pressa pra só ir ali e pegar um negocinho, nego tira o tal do tênis pra ir e voltar dois segundinhos. Tem suas vantagens, mas ficar toda hora com essas coisas às vezes enche o saco. Tanto que eu já entrei aqui de tênis altas vezes.

Bem, galera... é isso aí! Finalmente introduzi no blog meu novo lar na Coreia.. a "fabulosa" Cheonan.
Quarqué coisa liga pra nóis~!

Fiquem com Deus e até o próximo post.

Não preciso falar nada sobre tratarem de comentar, né...?