sexta-feira, 20 de novembro de 2009

A "náiti" (night) dos coreanos

Bem, depois de elevar meu próprio ego a N-ésima potência, vamos falar de algo mais interessante que minha beleza~! ^^

Em todo o mundo é possível encontrar clubs ou boates, como alguns devem chamar, no estilo que os brasileiros conhecem: música alta, luzes para todos os lados, bebidas a preços altos e pessoas de ambos os sexos muitas vezes procurando por uma "diversão mais íntima".
Aqui na Coreia não é diferente, mas existe um estilo de club bem peculiar, que eu nunca tinha visto na minha vida: os tais dos NightClub (나이트클럽). Aí você vem me xingar, falando que é a mesma coisa, só mudou o nome e tudo mais. Não mesmo.
Como vocês presenciaram em um post anterior, a minha casa fica muito próxima a um desses clubs ao estilo coreano. Muito tinha ouvido falar depois que eu cheguei na Coreia, mas nunca tinha presenciado com os meus próprios olhos "qual é a graça" do lugar.
Então, outro dia eu estava conversando na casa da pessoa que eu mais vejo aqui na minha cidade, um maluco do Afeganistão que tem a mesma bolsa que eu, mas estuda na Universidade SunMoon. Como ele mora muito perto de mim e ambos não temos muitos amigos por aqui, a gente tenta se encontrar sempre que possível. Em uma noite, o cara chega pra mim e fala: "Cara, tô irritado com essa cidade! Não tem absolutamente nada pra fazer! Não tem club estilo ocidental, bares bacanas, não tem nada! Bora caçar algum aí!". Olhamos no Naver (o tal do Google da Coreia) e achamos alguns. Topamos com o tal do Sizi Club, que é o que fica do lado da minha casa. Estava escrito em letras gigantes que era um NightClub, mas eu não tinha idéia se seria um club estilo ocidental ou coreano. Então pensamos: "vamos ver de qual é". Passamos pelos seguranças de boa, descemos e topamos com uma situação parecida com essa:



(Foto 1 - Um nightclub e seus garçons, mais conhecidos como 형s)

A diferença é que esse parece estar um pouco "humilde", com um espaço pequeno. Mas normalmente eles são salões gigantes com essas poltronas e mesas.
O esquema de um nightclub é o seguinte: encontrar pessoas do sexo oposto. Aí tu já me vem com algumas pedras, porque muita gente vai pra boate com justamente essa finalidade. Mas lá é exatamente pra isso, porque não existem pessoas dançando toda hora, exceto quando o DJ que toca por lá chama a galera pra dançar. Esse lugar, inclusive, não tem referência a idade. Existem nightclubs que normalmente "tiozinhos" vão, outros que a meninada vai. No caso do Sizi, era mais ou menos o que está na foto seguinte, exceto pelo tanto de vovós. Portanto, substitua essas anciãs por meninas com vestidos curtos e muito bem produzidas, "make up"-amente falando:


(Foto: os anciãos coreanos são bem "ativos", vamos assim dizer! Haha)

Como funciona?
Ao chegar lá, um garçom pede para você sentar a mesa designada. Dependendo de quantas pessoas te acompanham, eles te colocam numa mesa maior ou menor. Ninguém vai para um nightclub sozinho. Todos estão sempre acompanhados de amigos. Além disso, é sempre um grupo de mulher e um grupo de homem; nunca vai existir a galera que vai curtir junto, já que a finalidade é achar a "cara metade" (ou a "foda metade").
Sentando na mesa, o garçom já te entrega o menu e fica na tua cola vendo o que você quer comprar de comes e bebes. SIM, você é OBRIGADO a consumir comida e bebida caso queira continuar no recinto, que costumam ser muito caros (óbvio, pra forçar a gastança).
Ao pedir algo que enche o bucho, chega a vez do serviçal fazer a outra função dele: trazer alguma cliente-fêmea até o cliente-macho. Essa é a essência de ir a um nightclub: você não exatamente "caça", você simplesmente tem o trabalho de conversar e tal. Aquele primeiro passo que é chegar na mulher (ou homem) não existe, porque cabe ao 형-garçom fazer isso. E é muito patético como é feito: o garçom se aprochega onde está a mina, dá as orientações de onde ir e a leva pelo braço, meio que "jogando" na mesa dos machos. O mais engraçado é que não tem muita rejeição. Caso ela bata o pé em não ir, o serviçal também insiste e ela acaba indo, mas ela fica ao lado do cliente "dono da mesa" com a cara mais amarrada do mundo. Depois de 2 minutinhos (ou de comer tudo o que o cara comprou para deixá-la mais a vontade na mesa) ela solta um "vou ao banheiro" e nunca mais volta. Assim é a vida, dentro desses nightclubs.


(Por favor, substitua essas 아줌마 por pessoas mais "saudáveis)

O que aconteceu com a gente foi por aí mesmo. O tiozinho trouxe uma menina, que ficou alegremente comendo da nossa comida, bebendo da nossa bebida, fumando os cigarros do afegão, pra depois de alguns "오빠, 내가 정말 예뻐?~" (Irmão mais velho, eu sou realmente bonita?~) falar que ia no banheiro e ir embora, sem nem deixar a idéia. Depois de uns 10 minutos esperando, vimos a maluca na mesa de uns coreanos! Haha! Esse é tipo o toco "light" delas.. quem for a esse tipo de lugar, acostume-se com a pergunta do banheiro! =)
Mas essa é a primeira etapa do nightclub. Primeiro, você "analisa" o mercado, pra depois partir pro "fight real". Quando eu falo que essa parada é um lugar pra arranjar par, você não acredita, já que tem DJ e pista de dança (normalmente vazia).
O segundo passo é fazer um booking. Que diabos seria isso? Nada mais é que alugar uma sala para ficar mais "privado" o lugar, onde você TEM que continuar consumindo... porém, coisas absurdamente caras, como whiskys e comidas bacanas. Normalmente, é nessa etapa que o pau realmente come, porque aí é que se bebe MUITO e a galera se solta bastante.


(Uma sala de booking - nego já mais pra lá do que pra cá)

A partir o "2nd step", tudo que é "proibidão" em ambientes públicos é possível ser feito dentro da booking room, como beijar e outras coisas mais. Muita gente não acredita, mas não é a coisa mais comum do mundo ver casais se beijando no meio da rua. É infinitamente mais comum fazerem isso "entre quatro paredes". E um bom lugar é essa room aí; afinal, quem vai pra um lugar desse já têm segundas intenções, mesmo que estejam em grupos gigantes dentro da mesma sala. Minha "teoria" é de que coreano vai a esse tipo de club porque simplesmente não tem a manha, o jeito, de chegar em uma pessoa do sexo oposto. Então, precisam de uma forcinha do garçom, que faz a parte vergonhosa da coisa.
Ah! Não pense que as pessoas que vão pra um nightclub são das mais certinhas. Muitos dos que estão lá vão para um "one night stand" ou pra arranjar um(a) amante. Eu descobri isso vendo um programa da televisão coreana EXTREMAMENTE conhecido: 나쁜남자 (Homem Mal). O esquema desse programa é tipo o teste de fidelidade, mesma receita, só que não chega às "últimas consequências", porque as meninas sempre querem desmascarar e muitas ainda assim tentam reatar o namoro. Então, adivinha onde as "pegações proibidas" acontecem? Nesses booking rooms, dentro do nightclub! Nesse programa sempre rolam as filmagens, é muito engraçado! Até porque já teve atriz que foi trazida pelo garçom, mas o cara rejeitou (sim, ele pode dar uma negativa na mina, caso ele não goste).


(나쁜남자 Episódio 25, parte 2)

O vídeo acima já é a segunda parte do programa, quando já chamaram as atrizes pra darem em cima deles. Aí mostra por alguns segundos como é o nightclub que eles foram (dá pra ouvir quando o cara propõe pras garotas irem num "Night" com os dois?). Logo em seguida, o rapaz que é o namorado que é posto a prova já está na booking room. Uma parte comédia é quando o garçom vêm e traz umas mulheres que ele não se interessou... dispensou legal... fez que nem casca de mexerica: jogou fora sem a menor cerimônia! Haha!


(나쁜남자 Episódio 25, parte 3)


No terceiro vídeo, lá pelo meio da parada volta a mostrá-los no booking room e dançando no nightclub. Pela "enorme quantidade" de pessoas dançando, eu não estou mentindo ao dizer que ninguém lá vai pra curtir uma música. Além do mais, esse cara é "O CARA". Ele fala na cara da mina que ia pegar dentro da sala que tem namorada sim! Esse é pegador! Haha!
No vídeo, na hora dos MACHOS pagarem a conta, deu 170,000 Wons. Isso porque eles não consumiram o que normalmente se consome dentro da booking room, como whisky. Ficaram só na cervejinha... imagine o estrago que um negócio desse faz na conta bancária do cidadão!

Enfim, pra quem não entende nem um pouquinho de coreano, perde muito, porque eles falam muitas coisas comédias (óbvio que meu coreano não é tão bom pra entender tudo, mas graças a legenda e ao meu dicionário, dá pra sacar)~!
E uma coisa que eu estive observando em todos os lugares onde eu passo e existe um nightclub é a quantidade de moteis e karaokês (noraebang - 노래방) em volta! Adivinha o porquê, né...! Haha! Deixa quieeeeto...! ^^

Na minha opinião, só existem pontos contras sobre nightclubs coreanos:
1. Os homens perdem o "instinto caçador". Caso usem muito isso, já não sabem mais chegar, já que tem toda a ajuda do servente. A única coisa que eles têm que fazer é conversar e ver quais proporções aquilo pode revelar.
2. É absurdamente caro, principalmente para estudantes, como eu! Haha! Caso você chegue ao segundo estágio (booking room), você terá jogado fora, NO MÍNIMO, cerca de 200 dólares. Sim, você desperdiça dinheiro "brincando". Obviamente, quem normalmente toma esse rombo no bolso é o homem, já que as meninas ficam só esperando serem "aprochegadas" e ficarem vagando de mesa em mesa a procura de alguém que realmente a interesse.

Ponto ALTAMENTE contra, caso o possível cliente seja gringo:
É muito difícil você ser aceito em um nighclubs desse. Sim, você é barrado por não ser COREANO! Eu não tenho explicações para isso até hoje... ainda estou em busca de uma. Normalmente, a estrangeirada é aceita caso esteja na companhia de algum amigo coreano. Isto é, o amiguinho é meio que o coringa, a salvação, caso você almeije uma entrada nesse lugar tão caro.

Portanto, galera, pense bem antes de entrar num lugar desses! Haha!
PS: essa "aventura" no nightclub me custou 40 dólares, porque eu me neguei a ter que consumir mais coisas para não ter "resultados"! :D

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

A Fama

Eu já contei várias vezes aqui no blog, ainda mais explicitamente há dois posts atrás, sobre a minha "lindeza" aqui na Coreia do Sul.
Não é de hoje que ouço de colegiais, "amigas" coreanas, tiazinhas (as tais 아줌마), tiozinhos e até mesmo de homens que eu sou um cara pinta (em outras palavras, bonito). Quando não sou elogiado diretamente, ocorre através da menção ao tamanho da minha cabeça, que não deixa de ser um elogio, já que TODOS os coreanos dizem me invejar por ter uma cabeça tão pequena. Como não adianta explicar que a minha capacidade intelectual, portanto, deve ser menor, então eu deixo quieto e só aumento o meu ego cada vez mais.
Por conta disso, estou até ficando "famoso"!

Como todos sabem, eu (e mais uma pancada de amigos: Henrique, Agatha, Ivonne, Cláudia, Jamali...) estava participando de uma atividade voluntária patrocinada por um órgão do governo sul-coreano que trabalha na divulgação da imagem da Coreia do Sul no mundo. Apesar de não ganhar um dindin bom para ficar falando abobrinhas sobre o país em que vivo, muitos dos meus momentos públicos foram graças ao PCNB.
Certo dia, eu recebi um e-mail de um ser vivo que vou denominar Chiquinha. Essa mulher é uma coreana que trabalha para o canal KTV (한국정책방송), uma espécie de TV Brasil da Coreia do Sul (isto é, TV pública). A senhorita Chiquinha queria fazer uma entrevista comigo, porque há um programa chamado "Upgrade Korea" (업그레이드 코리아), que aborda várias coisas estranhas sobre o país.
Nesse episódio, a bola da vez era gringos que vivem aqui e escrevem blogs e tal. Queriam mostrar a vida de um, além de pedir para que ele falasse tudo o que ele gosta na Coreia.

Aliás, se tem uma coisa na Coreia que eu odeio é essa "animalização" do estrangeiro. Na boa, beleza que nós, gringos, somos minoria num país tão "homogêneo", mas não precisa fazer de nós seres extra-terrestres. Eu estou cansado de ver pessoas cochichando, me olhando de maneira diferente e etc. No começo é muito legal, porque você se sente mó estrelinha, centro das atenções e tal, mas depois chega a ser muito CHATO. De muitas formas, os coreanos às vezes me fazem sentir como se eu fosse um animal em um zoológico, e a platéia olhando, rindo, se divertindo porque eu sou algo "raro", "diferente" ou sei lá o que eles pensem sobre mim. Se eu não falo coreano, é ruim. Se eu falo, é pior. Então eu ainda estou em fase de apertar o botão FODA-SE pra essas coisas, mas ainda assim é um pouquinho difícil.

Continuando, me contataram pra fazer essa entrevista e tudo em coreano; portanto, já estava prevendo algum desastre no dia. Só que o desastre começou um pouco cedo. Eu tinha que levantar um pouco cedo pra ir pra Seul, onde eu encontraria os malucos da gravação. Como eu estava crente que eu ia receber um cachê ($$) para participar dessa praga, eu fui de ônibus, que é um pouquinho mais caro que ir de metrô, mas que demora metade do tempo para chegar lá. Na estação de ônibus da minha cidade, já pedi um ticket pra Seul. Só que a anta aqui não sabia (ou se esqueceu) que há duas estações diferentes em Seul. Portanto, eu teria que saber qual eu deveria descer. Mas como eu não sabia que 동서울 (Seul-Leste) não era exatamente o mesmo lugar que eu queria descer, só paguei e entrei. Quando estava passando da hora de se encontrar, os caras me ligam, mas eu achava que era o engarrafamento que atrasou a parada. Mas não! Simplesmente eu estava indo lá pro outro canto da cidade, bem longinho. Deu pra ver, então, que eu já tinha amanhecido com o pé esquerdo. A Chiquinha me ligou novamente, marcando, então, outro lugar para nos encontrarmos. Estando na  estação de Jamsil (잠실역), os dois responsáveis pela gravação me encontraram e marchamos rumo ao Seoul Design Olympics 2009, um evento de design que reunia projetos de empresas e universidades lá num estádio de Baseball. O planejamento da entrevista era:
1.ir para esse  evento, dar minhas opiniões, tirar umas fotos por lá (já que era uma entrevista falando sobre blog)


(O Estádio de Baseball reformulado para o evento)

2. Jantar em um restaurante que vende frutos do mar


(Topa um bixinho desse? Eu não aguento não!)

3. Visitar a minha casa, em Cheonan


(Durante a filmagem aqui em casa, fingindo que estava escrevendo)

A parte mais engraçada foi quando eu perdi a minha câmera no evento e o cara ficou desesperado, porque ele queria me filmar tirando fotos da exposição, da lula viva que eu ia comer... então, ficamos meia hora procurando, fomos no Achados & Perdidos, fizemos mó auê. No final, ele me fez ligar pro "cidadão" que devolveu minha câmera pro A&P! Foi comédia!


(Entrevista - Parte 1)


(Entrevista - Parte 2)


(Entrevista - Parte 3)

Durante as gravações, eu perguntei  pra Chiquinha "como" e "porque" eu havia sido escolhido para ser o "Gringo da Vez".
O "como" foi por causa do PCNB. Eles entraram em contato com o governo e o pessoal lá de dentro me indicaram. O "porque" foi o mais ... bizarro, afinal, quem deveria ser indicado era, por exemplo, o Henrique, que tem um blog mais bem escrito e com mais visitantes. Mas adivinha a razão: PORQUE EU SOU MUITO BONITO!
Haha! Naquela hora eu quase rolei no chão de tanto rir, afinal... tá ficando já meio praxe esse negócio de eu ser o Reynaldo Gianecchini da Coreia.


(Minhas fãs querendo tirar foto comigo, celebridade instantânea, durante o Seoul Design Olympics ^^)

Por causa dessa entrevista, eu recebi uma proposta por email de um jornal furrequento (não é nem um pouco conhecido por aqui) para entrevista online mesmo, por email. A senhorita me mandou umas perguntas e eu respondi, com fotos e tal. Só elogios, pra variar.


(Fotos do Jornal "Tabloid", com a minha entrevista)

Não é só na mídia que eu sou famoso, mas nas ruas também.
Quando eu estive na China, aconteceu uma coisa MUITO engraçada. Chega a ser bizarro o fato de eu ser considerado bonito na Ásia. A minha fama foi até o berço das maiores invenções da história!
Eu estava do lado daquele Cubo D'Água (Lugar de natação, onde foram realizados os Jogos Olímpicos), em Beijing, e queria sacar uma grana urgente. Mas como não via nenhum banco HSBC ou internacional perto de mim, eu resolvi perguntar pra uma guria que atendia na cabine do centro de informações. Perguntei em inglês, ela respondeu bonitinho (apesar de negativamente - não existia banco perto de onde eu estava) e depois foi a vez dela de me perguntar: "POSSO TIRAR UMA FOTO COM VOCÊ!?"
Como eu já estava meio curado dessa situação, eu nem estranhei MUITO. Mas é engraçado se achar um Brad Pitt por aqui! ^^

Pela Coreia ter "aberto suas portas" para a gringaiada não faz muito tempo, então aos olhos coreanos tudo é muito novo. Gringo ainda é um ser de outro planeta, diferente, bonito...
Tem um cara que até virou celebridade aqui: Julian Quintart. Esse retardado chegou aqui pra fazer intercâmbio uns anos atrás (2004). Como deve ter passado o rodo em todas as coreanas pelo seu looking de "lindo, tesão, bonito e gostosão", voltou pra viver. Aprendeu coreano (muito bem) e hoje trabalha por aqui, celebridade total, participando de filmes e novelas coreanas (fonte: Korea Times).


(Foto: Julian Quintart - és um viadinho, mesmo)

Viu como é fácil ser famoso na Ásia? Só precisa não ter olho puxado, cabeça pequena e olhos grandes! ^^
Dada a fórmula do sucesso, um dia, quem sabe, eu chego onde o Julian está!Haha!

domingo, 8 de novembro de 2009

São Paulo e Coreia, algo em comum

Eu sempre achei que as relações comerciais que o Brasil tinha com a Coreia do Sul fossem simplesmente de exportação de carne (lado brasileiro) e exportação de aquipamentos tecnológicos (lado coreano). Isso não deixa de ser verdade, mas finalmente o governo brasileiro tomou um simancolzinho e resolveu fazer alguma parceria descente nessa vida.
O governo de São Paulo anunciou há algum tempo uma parceria com a Coreia do Sul (mais especificamente com a Hyundai) para a compra de mais carrinhos para o metrô da cidade louca que é SP. Mais do que isso, diz o contrato que eles vão "dar" a tecnologia para a gente aprender. Nessa parte eu duvido um pouco, mas vou fingir que eu estou acreditando..
Como um bom andarilho pela Coreia, eu posso dizer que os passageiros vão ser muito bem atendidos, porque... na boa, o metrô de qualquer cidade coreana é mil vezes melhor do que, por exemplo, o metrô de Brasília - minha cidade natal. Como eu percorro essa terra toda semana em direção à capital Seul, ainda mais nesse inverno, eu só devo agradecer ao governo sul-coreano.



(Fotos: meus flagrantes de tiazinha em fim de festa, entre outros mortos e bêbados, voltando pra Cheonan - minha cidade - via subway)

Um exemplo de como as companhias de transportes públicos daqui se empenham em atender BEM ao seu público. Pelo menos na capital do Brasil nem atender normalmente é possível - aliás, a existência do metrô do DF é ainda é incompreensível, na minha visão. Já por essas bandas, eu fico feliz ao pagar míseros 1 dólar pra ir lá onde Judas perdeu as botas confortavelmente (tá bom que nem sempre é possível, mas na maioria das vezes fico numa boa). Nesse frio, então, o assento do carro é o paraíso, já que eu fico com minha bunda bem quentinha, diferente de quando eu estou perambulando nesse ar extremamente gelado do inverno. Outro conforto que a negada de SP vai ter é poder falar ao celular mesmo "enfiados no buraco". Pelo menos lá no interior do Goiás (Brasília! hehe) eu não tinha sinal dentro dos túneis. Só quando ficávamos a "céu aberto". Então, galera... viva a Hyundai aê que tá ganhando alguns milhões com o governo paulista, mas está oferecendo um serviço descente (coisa um pouco difícil no Brasil Varonil).
Apresento aqui, para os leitores da capital paulista, uma boa notícia para quem não tem um carro próprio:


A ViaQuatro, empresa do grupo CCR, concessionária responsável pela operação e manutenção da Linha 4 - Amarela do Metrô de São Paulo, divulgou imagens de como serão os novos carros desta linha, que começam a operar em março de 2010. 

 


Os trens estão sendo construídos na Coreia do Sul e virão equipados com o sistema "driverless", que permite a operação sem a presença do condutor dentro do trem, ainda inédito na América Latina.
Os trens terão ar-condicionado em todos os carros, corredores articulados para interligação entre os vagões e possibilitarão aos usuários falar ao celular e acessar a internet via rede sem fio (wireless).
Outras novidades são a saída de emergência, que será feita por portas em suas extremidades, e as divisórias de vidro que separarão a plataforma dos trilhos em todas as suas estações, o que contribuirá para a diminuição de acidentes.
Outro fator importante de segurança é o sistema de alimentação elétrica dos trens. A rede de energia está instalada no teto dos túneis e estações e, assim, os trilhos ficam desenergizados.
Com 12,8 quilômetros de extensão, a Linha 4 - Amarela ligará a estação da Luz, no centro de São Paulo, à Vila Sônia, percorrendo o corredor Consolação - Rebouças - Francisco Morato, ao longo de 11 estações, a serem entregues por etapas.
As primeiras estações a entrarem em operação são Paulista e Faria Lima. Fazem ainda parte da primeira fase do projeto as estações Butantã, Pinheiros, República e Luz. Até 2014, a linha estará completa, com a entrada em operação das estações restantes: Higienópolis-Mackenzie, Oscar Freire, Fradique Coutinho, São Paulo - Morumbi e Vila Sonia.
Para a primeira fase do projeto, foram adquiridos 14 trens (84 carros). Para a segunda, serão fornecidos, adicionalmente, até 15 trens (90 carros).





(fonte: UOL Notícias)

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Eu amo a Internet...

... da Coreia do Sul!

Outro dia, estava eu aqui baixando o filme Haeundae (해운대), um filme coreano desse ano de 2009, que é sobre um tsunami em plena Busan (cidade costeira no Sul do país). Bem, eu estou usando conexão wireless aqui em casa por dois motivos: um que a entrada do cabo de rede da placa do laptop foi pro espaço, não sei como. Ela simplesmente parou de funcionar. E segundo que é muito mais confortável postar da cama! Eu nunca tive essa oportunidade, porque na minha casa eu tinha que ir pra um quarto que ficava longe de tudo: aqui, eu posso ver tv, jogar Nintendo WII, ouvir música no PC, comer... tudo na cama! =)
Então, nessa hora eu decidi pegar um filminho pra ver e acessei o meu site favorito de torrent: o mininova.org. Normalmente, por ser Wireless, as minhas taxas de download não chegam a ser imensas, mas têm alguns que eu vibro, quase pulando da cama.
Com esse filme eu quase tive um enfarto:


(Printscreen do filme que eu estava baixando)

Vendo essa figura, que eu me dei até ao trabalho de fazer uma legendazinha (já que meu Windows Vista é todo em coreano; em consequência, a maioria dos meus programas têm os menus e outras coisas mais em coreano), você consegue entender o por quê da minha euforia?
Essa conexão na Coreia do Sul é coisa linda de Deus! Imagina eu poder ver um filme em alguns minutinhos!
Isso era uma coisa impensável...
eu ficava lá em casa, com a minha super-conexão BRTurbo, ADSL da BrasilTelecom, achando o máximo ter uma taxa de download máxima de 60kb/s. Acho que isso é um sonho, ter uma conexão quase 20 vezes superior por um preço 2 vezes menor. Enquanto no Brasil, para se ter uma internet desse nível, tenho que pagar PELO MENOS R$100 reais, se eu não estou errado.
Sim, aqui eu pago um preço que, diria eu, seria simbólico, pela internet. Imagine você, no Brasil, pagar, com todas as taxas possíveis incluídas, cerca de 30 a 35 reais. Conseguiu entender o porquê? Não preciso de muito esforço pra amar esses caras que fazem da TI (Tecnologia da Informação) o carro-chefe da economia e propaganda sul-coreana! ^^
Esses dias foi revelada uma pesquisa da Communications Workers of America (a maior trade union nos EUA pra ICT) em que a Coreia do Sul é apontada como o país com a internet mais rápida do PLANETA, com uma velocidade de 20,4MB/s! Sim, os olhos puxados desse país tão escondido entre a China e o Japão ultrapassou o irmãozinho mais velho, os japoneses! Parabéns pra coreanada! E bom pra mim, que tenho uma internet sinistra por um preço muito bom!

Para final de post, fiquem com a musiquinha mais que engraçada dos "Mamonas" da Coreia do Sul! Como vocês sabem que eu só curto besteira, eu me amarrei na dancinha dos caras! Haha! Eu caio da cama de tanto rir dessas coisas bizarras na Coreia:


(Chupôméééén!)
 PS: o pior é que essa música está famosíssima na Coreia! O Renato postou, eu já tinha ouvido num contest que teve na facul outro dia... imagine essas pestes!