sexta-feira, 29 de maio de 2009

O negocio tah triste...

Poxa, o meu ultimo comentario foi detonando o coitado do mister Roh.
Tah bom, que o Henrique falou que no Brasil daria na mesma: todo mundo ficar triste por causa da morte de algum politico morto. Eu concordo...
MAS jah esta demais! Hoje foi uma das poucas vezes que vi televisao aqui na Coreia. E ainda foi durante o almoco, isso significa que eu nao prestei muita atencao na programacao. Bem, a MBC (canal coreano de televisao) estava com um jornal que mostrava 24 horas o percurso do "carro preto" em que o Roh estah deitado. O cara passou de "persona non grata" para "persona divina". A carreata em Seul estah pegando fogo.
A televisao mostra todo mundo chorando, com cartazes do ex-presidente, uma choradeira sem fim. Eu nao sei nao. Hoje a professora me deu umas porradas porque eu falei que se os politicos brasileiros fizessem um acordo e todo mundo pulasse de alguma montanha juntos, ia ser bom pra todos os brasileiros; assim, a gente teria menos pessoas roubando o dinheiro publico! :D Claro que eu falei isso de brincadeira. Mas como toda brincadeira tem um fundo de verdade, entao aih fica a dica sobre o que eu realmente penso! =P

E agora, a nova sensacao do momento: falar do Mister North Korea. Pra nao variar, o senhor Kim anunciou que vai comecar uma guerra caso o Lee Myung-Bak inspecione os navios enturrados de armas nucleares que vao em direcao a Coreia do Norte. Dessa vez, ele pegou ateh mais pesado nas lorotas: "Eu nao mais reconheco o armisticio de 1953." Isto eh, pra ele o negocio eh fazer guerra neste momento.
De acordo com os refugiados norte-coreanos, o imortal Kim Jong-Il se preocupa mais com os seus botoes e com suas armas nucleares do que realmente em fazer guerra. O negocio dele eh aumentar a auto-estima dos famintos olhos puxados do norte.
Na boa... jah dizia os Beach Boys: don't worry, baby!
No caso dos estrangeiros que vivem aqui quase morrendo de preocupacao, temos que adotar o seguinte pensamento (e talvez a conduta) do fumador Bob Marley: don't worry, be happy!
O conselho do chefe do escritorio internacional aqui da universidade: relaxa e goza. A maioria dos coreanos nem ligam pros anuncios do Kim. Afinal, eles sempre ouvem a mesma coisa pelo menos uma vez por ano mesmo.
Mas uma coisa eh fato: em 3 dias, eu tenho ouvido bastante avioes passando por cima da minha cabeca aqui em Daegu. Coisa que eu nao ouvia fazia uns 3 meses...
Porem, acalmem os seus rabicos, pessoal. Ninguem vai morrer, beleza?

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Mais um!

E la se vai mais uma celebridade para o saco preto.

O ex-presidente coreano Roh Moo-Hyun morreu.

(Essa carinha de inocente nao me engana...)

Este, que governou a Coreia do Sul entre 2003 e 2008, fez questao de aumentar os numeros da lista de suicidios na terrinha. Alias, esse negocio de se matar esta virando moda ou epidemia.
Como eu acho que nao foi muito anunciado pela imprensa brasileira de modo geral, vale a pena dar uma BREVE pincelada. Muito pequena, porque os meus "conterraneos" Juliano e Henrique ja descreveram a situacao e voces poderiam muito bem passar no blog de cada um deles e dar sua contribuicao "blog e comentaristica".
O que rolou para que ele pensasse que eh Super-Homem e desse um "salto-triplo-carpado" na montanha foram alguns milhoes de dolares na conta de seus familiares.
Alem de todas as coisas que o senhor Roh fez, a proposta politica para que ele alcasse o poder foi exatamente o que ele nao conseguiu conter em seu proprio mandato: a corrupcao que acaba (?) com o pais.
Quem pensa que o Brasil esta na merda com tanta corrupcao, ainda nao ficou sabendo da Coreia do Sul. Sim, esse pais que parece tao distante das realidades educacional e economica brasileira, nao parece estar tao distante assim com relacao a transferencia de dinheiro entre os politicos e empresarios, cuecas, malas e etc. A diferenca, na minha opiniao, eh que eles roubam, mas fazem alguma coisa pelo pais. Ao mesmo tempo que eles tem a "obrigacao politica", tambem tem os "direitos" deles... afinal, ninguem e de ferro, ne? Haha!
A parentada toda do ex-presidente Roh recebeu dinheiro de empresarios e de outras pessoas. Eu pergunto aos inocentes: quem iria emprestar um milhao de dolares assim, "de bobeira", soh pra um amiguinho seu aih abater uma divida dele? Bem, eh bem improvavel que exista assim uma pessoa tao bacana. Mas no mundo da corrupcao existe, por que nao? =D
Com uma jogada politica agressiva da bancada republicana, a reputacao do coitado foi detonada por toda a imprensa nacional, alem de levar a sua familia a ter vergonha. E esse negocio eh coisa seria por essas bandas. Sentir vergonha significa muito mais do que um simples pedido de "desculpa". Significa "nao poder mais viver neste mundo" e etc, coisas que normalmente os emos falam com muita frequencia.
Pois entao. Ele e sua familia estavam sendo atacados moralmente de uma maneira muito forte pela midia coreana, que acredito ser por motivos politicos, para que mostrasse que os democratas tambem nao sao aquelas coisas. Ou nao foram, durante o governo Roh.

E aih deu no que deu: suicidio.

Ainda ha gente que cre que ele morreu por acidente, caiu sem querer. Mas acho que so as criancas e os cegos acreditam nessa versao.

Como o Henrique jah mencionou, tem gente chorando pra tudo quanto eh lado e prestando reverencia ao finado.
Quando estava voltando de Busan, na segunda-feira de manha, tinha varias tendas na Estacao de Busan com flores e fotografias dele na praca. E muitas pessoas visitando, se ajoelhando e chorando, claro...
Eu mesmo presenciei, por meio de uma mulherzinha, com quem eu e outros colegas almocamos, quem eh o senhor Roh. Como a Coreia, para os coreanos, eh muito grande, viajar de Daegu para Seul eh uma coisa que nao se faz semanalmente. Nem mensalmente. talvez umas duas vezes ao ano. Mas o fator Roh fez com que a tal da senhora mova a sua bunda daqui dos "campos verdejantes" para a metropole SOMENTE para prestar reverencia ao ex. Ela acredita veementemente que o cara nao fez nada!
E nao eh soh ela. Ate mesmo os adolescentes, de 15 anos, acreditam nele de pes juntos! Bem, pelo menos as criancas foram mais engracadas: "Ah, ele nao fez nada! Ele nunca roubou! Mas a mulher dele... eh uma shit woman*!". Para voce ver o clima de adoracao da galera.
E por aih vai.

Assim como a corrupcao por aqui nao vai acabar, a onda de suicidios tambem esta longe de ter fim.
Mas pelo menos, digo isso inspirado no Henrique, ele foi "macho": teve vergonha na cara!

Nao se sintam mal, pequenos coreanos. A vida eh assim mesmo.
Minhas condolencias ao puro sangue coreano, que perdeu mais um irmao! =P

Pergunta importantissima aos estudantes de coreano que estao de plantao em meu blog: Por que a romanizacao do sobrenome do ex-presidente eh "Roh", quando deveria ser escrito, ao meu ver, "No"? Afinal, o nome dele eh 노무현! Obrigado por iluminar a cabeca da escoria.

Fontes "fidedignas":
http://en.wikipedia.org/wiki/Roh_Moo-hyun
http://news.bbc.co.uk/2/hi/asia-pacific/2535143.stm
http://www.cnn.com/2009/WORLD/asiapcf/05/23/roh.dead/index.html

*shit woman: talvez, em um ingles de coreano, deva significar vaca, imprestavel, vagabunda

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Pensando na vida [Parte 2]

Seguindo com meus pensamentos muito produtivos sobre as coisas coreanas, ao continuar lendo o livro sobre a sangrenta história do povo de olhos puxados, algo me cutucou E MUITO a cabeça.

É sabido entre a comunidade internacional a fofoca de que os coreanos são a ETNIA mais homogênea do mundo. Isto é, o sangue dos coreanos é puro.

Não, não estou sacaneando. Se você procurar no Google por "Korean homogeneity", perceberá que eu não estou escrevendo LOSER em sua testa.

Tipo, eu não sou ninguém pra dizer que eles não são, mas...
de acordo com a história da Península Coreana, os pobrezinhos foram invadidos por trossentos povos. Sim, foram mongóis, "manchurianos" (?), chineses, japoneses e se duvidar tem mais alguns branquelos europeus aí no meio do caminho (como, por exemplo, franceses).
Não passa pela minha cabeça que algum invasor não brincou de médico com as coreanas ao invadir e deixar as meninas "buxadas" (grávidas) por AQUI afora. Isto porque a maioria deles manteve relações "diplomáticas" ou conseguiram dominar os coreanos por algum tempo.
Aí você pode pensar: "Ah, Gustavo, eles são caras comprometidos com o objetivo deles. Se eles tinham só que invadir e pôr todo mundo pra trabalhar, eles só fizeram isso. Não olhavam para os lados!". Eu duvido.
Até porque, por exemplo, não sei se muitos sabem, mas o império mongol era bem fortinho. E a "marca" da passagem deles por aqui parece ser tão forte que atingiu até a cultura dos coreanos. A foto abaixo mostra uma senhora coreana vestido em cerimônias excepcionais, como casamentos.

(Traje tradicional de casamento coreano)

Está vendo essa pintura na bochecha dela? Então, isso é típico MONGOL. Sim, senhor. Pode perguntar para qualquer ser que seja da Mongólia e ele vai te confirmar que isso aí também é "praticado" por aquelas bandas.

Agora eu fico injuriado com os coreanos: mas que nacionalismo "chato da porra" é esse! Caramba, tem como ser um pouquinho menos ufanista não?

Tá bom que os coreanos foram muito resistentes, mas com certeza haviam menininhas que estavam carentes. Afinal, parece que os machos só queriam saber de meter porrada nos outros! :D

Agora, voltemos para tempos mais atuais. Desde que o Team America pousou na Península, não só de guerra viveram eles, né? Segundo o Juliano, existem alguns "negrinhos de olhos puxados" perambulando por aqui, mas eu mesmo nunca vi um. Aliás, tenho até curiosidade de saber como é ser um mix negro-asiático na Coréia. Aliás, pode até ser que eu já tenha esbarrado com um, porque de vez em quando eu vejo uns mais "tostados" mas eu sempre, INOCENTEMENTE, penso que eles andam muito no sol. E como homem não se importa tanto quanto a mulher em ficar mais negrinho, então eu ainda reluto a pensar que houve um tempo em que os soldados eram bem "aceitos" por essas bandas, se é que você me entende. Hehe.

Afinal, se tem um povo para ter viadagem com sangue, estes são os coreanos.

Bem, mais um post MUITO BEM ESCRITO e ELABORADO que eu fiz em alguns minutinhos só para ter um "momento inteligente" com o leitor.
Se está leitura foi UM POUCO elucidativo, já fico feliz. Afinal, minha cabeça não tem funcionado muito bem para esse tipo de post! =P

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Pensando na vida [Parte 1]

Bom, sempre quando eu vou a Seul, a minha cabeça é obrigada a se ocupar com alguma coisa que não seja dormir, porque nunca sou habilitado a fazer isso. Além do mais, normalmente eu viajo sozinho pelos trens da KORAIL, e quem sempre está em minha companhia nestes momentos dolorosos da vida é o querido iPod. Entupido de músicas, eu relembro o meu Brasil brasileiro, a minha Coreia coreana e a América jabazada.
Obviamente, ele não é suficiente para preencher todo o meu vazio mental que perdura durante 4 horas e meia. No começo da minha vida por essas bandas, eu achava essas viagens muito curtas; afinal, o que é isso diante de 15 horas de ônibus entre Brasília e São Paulo, não é verdade?
Portanto, eu tenho tentado ser um bom nerd e ler mais sobre o mundo estranho que é chamado de Coreia do Sul. Desde que publicaram no blog do Renato um livro em inglês sobre a Coreia, eu fui procurando e achei um livro bacaninha, chamado:

(Capa do Livro: "The Koreans: Who they are, what they want, where their future lies"; 258 páginas sem figuras)

Eu comecei a ler esse livro sem muitas pretenções, mas acabei achando o livro um tanto quanto legal e vejo na experiência do autor, um jornalista britânico que viveu por 15 anos na Coreia como correspondente, muito do que eu sinto por aqui. Mesmo sabendo que por essas bandas as coisas tem mudado rapidamente, várias delas, especialmente comportamento, tem se enraizado e parece não ter sido totalmente revolucionado. Enquanto em alguns anos, Seul muda seu visual completamente, certas coisas "típicas de coreanos" não mudaram, pelo menos na minha identificação com o que Michael Breen escreveu ao longo de sua estadia por aqui.
Eu vou pular para uma parte que li esse final de semana em minha ida para Seul por dois motivos:
1.Eu vou ter que dar uma relembrada sobre a parte "Sociedade e Valores", que é do que se trata o que eu estava citando acima;
2. Algo me intrigou e gostaria de compartilhar com os meus queridos leitores (como se fossem muitos!).

O que me assustou, ou me chocou, seria a história remota da Coreia. Sim, aquela que vai muito além da Guerra da Coreia ou Invasão Japonesa. Isto é, estou falando dos tempos do ronca, lá pelos "Before Christ" mesmo.

Segundo o que eu já tinha ouvido falar antes mesmo de ler a merda do livro, os coreanos provém de clãs neolíticos vindos da Sibéria. Isso mesmo! Os caras vieram lá de onde Judas perdeu as botas e pararam nesse fim de mundo.
Até aí tudo bem, eles se apossaram da terra e foram vivendo por aí. Depois de alguns anos (dezenas ou milhares), essas tribos acabaram formando reinos, que se dividiram em três: Koguryo (코구려), Paekche (백채) e Shilla (신라).
Eu não vou ficar me alongando muito na história até porque foi meio complicado de entender, em meio ao sono que estava tomando a minha cabeça no momento em que eu lia, "quem comia quem" nesse rolo. Só antecipo um "spoiler" aqui: quem se deu bem, no final de tudo, foi a reino de Shilla, que dominou os outros dois na base da porrada.

Mas o que me perturbou mesmo foi o fato de os coreanos, ou essas tribos antigas, serem tão violentas. De acordo com relatos do livro, era putaria e muito sangue rolando entre eles mesmo. Enquanto eu vejo aqui os coreanos RARAMENTE se beijando, no máximo se abraçando, quem diria que os ancestrais destes tímidos seres seriam adeptos de uma putaria muito esquisita.
E não somente isso, como o tipo de política imposta pelos reis aos seus súditos. Eu, inocentemente achando que os ocidentais eram uns tremendos idiotas, sangrentos e que tinham a história mais humilhante que o mundo poderia ler, achei algo que não seja tão distante da história Européia-Americana. Os cidadãos dessas bandas daqui, naqueles tempos, viviam como verdadeiros escravos, e seus reis tinham inúmeras putas para se divertirem (não sei porque estou batendo tanto na tecla das meninas que oferecem prazer carnal! =P ).

Como era de se esperar, vocês não devem ter entendido bosta com bosta do que eu escrevi aqui, né. É que é muito complicado falar sobre a história coreana. Por incrível que pareça (já que na escola eu não estudei com profundidade ALGUMA a história desse povo), a história deles é grande demais para ser escrita em um post.

Eu aconselharia a vocês lerem alguma coisa sobre os reinados, as guerras com inúmeros povos,
o sistema yangban-yangmin e a invasão japonesa para que vocês entendessem o que eu estou falando.
Acho que a próxima parte pode ser mais interessante.

(durante a minha volta para Daegu eu estava pensando em escrever sobre isso, mas vejo que o resultado está ruim! Deveria eu pensar mais? hehe)

Abraços

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Pés na Ásia Central

Eu já disse que sou um cara que tem muitas coisas pra fazer, né?
Ainda mais quando eu estou de férias. Isso mesmo. Acho que eu nunca disse para o público exterior que a cada nível que a gente passa, recebemos um "prêmio": 2 semanas de intervalo, para dar uma respirada e desafogada dessa língua tão agradável (falo isso para manter o pensamento positivo, que ainda vou voltar pro Brasil fluente na língua dos pauzinhos e bolinhas - como diz o Juliano).
Por isso que o blog tá ganhando TRÊS postagens em DOIS dias, fato inédito para alguém tãããão ocupado como eu.

Vamos falar do tópico que eu havia prometido: a barraquinha dos Azeris.
Para os menos entendidos, Azeri é o nome que se dá ao ser humano que nasce no Azerbaijão.
(calma, não estou te chamando de burro - até pouco tempo atrás eu também não sabia, mas eles são quase que uma praga por aqui, portanto eu acabei tendo esse conhecimento tão significante para a minha vida)

Enquanto o Henrique dava uma descansada em frente a barraquinha do Brasil, conhecendo a brasileirada que passava por lá, eu e a Briza fomos dar uma volta pelo resto da "Festa da Comida". Na verdade, estávamos mesmo era atrás do kebab turco. Mas no caminho achamos muitas coisas bacanas, então demoramos anos para conseguir chegar na Turquia.
De repente, chegamos a barraca dos azeris. Eles, muito amigáveis, chegaram junto para conversar. Um maluco todo enfeitado de roupa tradicional veio falar comigo, obviamente ganhar um troco em cima de um humilde e pobre estudante.
Como os azeris são muito unidos aqui na Coreia (os caras já até organizaram uma Associação de Estudantes!), a maioria deles se conhecem. Então eu falei pro figura: "ei, conheço um cara do seu país, o Eltay!". E ele, com um sinal positivo, achou legal e tal. Só que a conversa que foi o ponto central da nossa estadia lá era: a minha ascendência azeri. Não sei o que dá na cabeça de TODOS os Azerbaijão-boys em pensar que eu sou irmão deles! Esse senhor, que depois fiquei sabendo que era o diretor financeiro da embaixada lá, ficou todo prosa comigo, falando que eu sou azeri ou devo ter alguma ascedência desses lados. E esse papo se extendeu a todos os nacionais que estavam naquela barraca. "Nossa, você é igualzinho a nós! Você tem certeza que você é do Brasil?".

(Eu e meu irmão "gêmulo" do Azerbaijão - sangue azeri na vêia!)

Depois de quase me forçar a tirar nacionalidade azeri, ele foi direto aos negócios, claro. Pediu-me que comprasse um vinho daquelas bandas pela "bagatela" de 15 mil wons (cerca de USD$12). Até que estava barato, mas como um bom mão de vaca que eu sou, retruquei negativamente a sua oferta: "Poxa, eu sou um pobre estudante! Vai fazer isso comigo mesmo? Ó o preço disso!". Até esse momento, nem sabia da bufunfa que ele ganhava, mas beleza.
Por causa da nossa "irmandade" criada ali mesmo, ele me deu de presente o tal do vinho e ainda "pôs a gente pra beber"! Hehe. Ficamos eu, Briza e mais tarde chegou o Juliano pra compartilharmos da iguaria asiática. Depois rolou até uma dança da Briza com o diretor, muito engraçado.

(Eu e o "doutô" com o brinde por ter trocado minha nacionalidade)

Depois dessa, eu, que não era muito fã do povo dessa nação, amo todo mundo de lá! =D

Tá bom, povo, não é tão engraçado assim quando você não está lá na história mesmo.

Mas essa não fora a primeira vez que eu tinha ouvido falar da minha possível ascendência centro-asiática. Uma semana antes desse evento, o tal do Eltay tinha comentado comigo que eu me pareço com o povo dessa região, devido a minhas características físicas: meu nariz "pequeno", cabelo, rosto em geral... e "peito de macaco"! Huahuahua!

No dia anterior a essa festança das comidas, eu tinha ido a tal da entrevista na Konkuk Uni, como eu já havia relatado a vocês. Mas deixei para escrever depois sobre a parte mais relaxante do momento dentro da sala a espera do sacrifício (digo, entrevista).
Lá, muitos dos azeris estavam reunidos esperando uns aos outros para irem todos juntos a uma reunião da associação de estudantes deles. Tinha bem uns cinco deles. Como todos se conheciam pelo "look" ou por serem amigos de amigos, então se cumprimentavam. Alguns com beijinhos no rosto, outros só com um toque de mão. Eu estava só observando o momento "argentino" dos caras e, de repente, o doido que chegara e foi falando com todo mundo chega a mim e solta um "Sallamaleico" (desculpe ae, muçulmanos de plantão, mas eu não sei soletrar isso não). Isto é, só pela minha cara, ele tinha deduzido que eu era azeri OU turco. Por essa razão havia me cumprimentado. O Eltay, que estava perto de mim, deu uma rizada e explicou pra ele, em russo, que eu não era da onde ele pensava que eu era; eu era BRASILEIRO!
Aí começou os papos sobre a minha aparência.
No domingo eu conversei por Skype com meu pai para saber se havia uma possibilidade de eu ter um pézinho por essas bandas, mas ele me assegurou que se tem, foi por "acidente". Poxa, tem que ser um acidente bem grande, então =P

Isso não tem nada a ver com a Coreia, mas como esse blog também serve para eu compartilhar das minhas experiências NA Coréia, então eu tambem falo coisas que não tem nada a ver com a cultura e cotidiano coreanos.
Desculpe aos que se empolgaram demais, achando que eu ia postar alguma coisa relacionado aos olhos puxados! =D

Acupuntura coreana

Hoje eu resolvi reiniciar o meu tratamento quimioterápico... ...
tô brincando!

Eu estava pensando agora no que postar, já que a minha criatividade não atinge nem os pés dos meus compatriotas que tem blogs pela Coreia afora... e me deu um trosso na cabeça fazendo com que eu postasse sobre isso.

Eu vou expor minha situação, só não sacaneiem muito, ok.

Faz muito tempo que eu comecei a produzir algo em minhas mãos que eu não sou muito simpático a idéia de continuar com isso: sueira; sim, do verbo suar, soltar água de algum lugar.
No meu caso, vem das mãos muita da água que está no meu corpo.
Explicando brevemente para não passar mais vergonha do que já passo, eu suo nas mãos e nos pés. Dependendo da situação ou circunstância, o jorrar se intensifica.
Pronto, falei. Mas calma, galera... a gente ainda pode se cumprimentar, não tenham medo! =P

Pois então. Alguns meses antes de chegar no Oriente, tinha pensado em fazer uma cirurgia ou aplicar a medicina oriental (acupuntura) para que cessasse o meu trauma craniano de uma vez por todas. Decidi optar pela alternativa, já que o "china" tinha me prometido que poderia curar a sueira dos pés também, algo que não é possível através de cirurgia comum. Mas como o tratamento dura alguns meses (de 2 a 3 meses, caso faça direitinho), não foi possível fazer com o monstro sagrado de toda a arte, cultura e medicina chinesa que eu conheci ao vivo e a cores. E prometi que tentaria fazer o procedimento por aqui, já que estamos ao lado do "início de toda a civilização oriental" e os coreanos possuem todo esse conhecimento que vem deles.
Mais ou menos um mês atrás, fui, junto com meu "irmão mais véio" (형님 - hyongnim - lembra dessas viadagens coreanas?), atrás de um hospital que pudesse me ajudar a ter uma vida mais aceitável perante a sociedade. =P
E encontrei, obviamente, porque há qualquer esquina. A maioria dos hospitais na Coreia possuem serviço de acupuntura, então não se preocupem.
Com a "preciosíssima" tradução do brother, o médico soube o sofrimento que eu passava há 13 anos. E era exame daqui, pergunta de lá, mas nada das famosas agulhinhas. Quando foi a hora da primeira sessão, ele coloca umas rodelinhas com cola e um ímã no meio em forma de palitinho. Sim, eu achei uma coisa bizarra fazer isso.

(Os pequenos ímãs da longevidade)

De acordo com o médico (o inglês dele é quase o mesmo nível do meu coreano! huhu!), esse método foi "inventado" pelos coreanos como um sucessor as agulhinhas que penetram os clientes e os fazem sentir dores enormes. Segundo ele, o tratamento pode ser agilizado, pois o tempo para cura é muito inferior. Vai saber se ele está dizendo a verdade ou é só aquele nacionalismo coreano exacerbado.

O que me fez escrever esse post era só perguntar pra alguém se um de vocês já ouviu falar nessa "bagacinha" coreana.
Eu andei dando uma pesquisada no meu querido Google e só achei uma coisa um tanto "diferente": Magnoterapia (magnotherapy).

[EDIT]
Achei uma coisa também chamada "Koryo Sooji Tchim" (고려수지침). Parece que se encaixa perfeitamente no que eu estou "praticando". Agora fiquei assustado com esse negócio! =P

Alguém tem mais alguma informação sobre isso?

PS: a única sensação diferente ao usar isso é que no braço em que eu aplico a paradinha, muitas vezes, fica mais cansado do que o outro. o.O

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Hora de dar alô!

Pelo jeito voltei ao modo de vida antigo... com postagens mensais e etc.
Mas eh que a preguiça me abracou, dando um mata-leao.

Mas pelo menos eu fiz alguma coisa de bom: o FAQ 1.0 16 valvulas.
Ele serve pra que voces, leitores que sempre estao com um ponto de interrogacao em suas cabecas sobre o que diabos eu faco aqui e como eu consegui chegar nessa "terra santa", sanarem as suas duvidas com pelo menos um ano de antecedencia (isto eh, um ano antes que eu mande um email nao muito explicativo para voce).
No header da pagina esta o link para o FAQ. Entao porque nao clicar antes de me perguntar, certo? Qualquer coisa, comentem lah que eu vou atualizando aquele post.

Enfim, vamos ao que interessa, que eh atualizar o meu diariozinho virtual.

Na semana passada eu tinha prometido que ia fazer um mundo de coisas e etc. Acabou que eu nao fiz nada. O pessoal que ia para Seul desistiu, por dois fatos muito "complexos": verba financeira e preguica.
Acabou que eu fui dar uma volta com meus queridos amigos coreanos, que soh me levam para o "mau caminho". Bem, quem vive na Coreia sabe do que eu estou falando: sair com coreano nao dah certo! Haha!
Na semana seguinte a esse feriado monstruoso, estava agendada a minha famigerada prova de coreano. Eu, como um bom estudante, apertei aquele botaozinho que todos nos temos em nosso cerebro chamado "FODA-SE". Pois entao, eu mirei a prova e apertei essa tecla tao amigavel. Uma pena que isso nao funciona muito bem com os coreaninhos, coitados... (veja o post do Henrique sobre a educacao por essas bandas, please)
Por esse motivo, eu armei uma viagem para Seul nesse final de semana que passou. Eu tinha uma entrevista na Universidade Konkuk, em que eu me candidatei (alou, Juliano!) para os meus futuros estudos tecnologicos, que comecam em Setembro de 2009.
Mas na verdade, essa entrevista era soh uma desculpa muito ruinzinha para que eu voltasse a respirar o ar de civilizacao.
Uns seis dias antes do acontecimento, eu recebi um email sobre o Hi Seoul Festival, que eh um rolo da prefeitura de Seul para que os gringos sejam mais "integrados a sociedade coreana" (hipocresia pura, na minha opiniao - porque a gente soh se integra mesmo com os outros estrangeiros..); pelo menos eh esse o objetivo que eu sinto sobre este evento.

Fui para o interrogatorio e tudo mais. Deu certo, ou pelo menos ateh agora, considerando as "estatisticas e probabilidades". A Konkuk "doou" 8 vagas de mestrado para o NIIED. Soh que somente QUATRO estudantes se candidataram a essa universidade como primeira opcao de estudo. Isto eh, estah SOBRANDO vaga para a galera estudar lah.
Nao sei qual seria a explicacao mais correta para ess "exodo seulistico".
Uma das teses compartilhadas entre eu, Henrique e Briza (os novatinhos), eh que a galera estah assustada com o custo de vida em Seul e geral esta debandando para o interior do pais, onde o tal custo eh infinitamente mais acessivel. Para se ter uma ideia, um AP que eles chamam de "one-room" aqui nas bandas de Daegu, custa em torno de 250 mil Wons. Nos meus calculos, o mesmo espaco em Seul custaria cerca de 500 mil Wons. Considerando que a nossa bolsa eh de 900 mil Wons, acho que muita gente abdicaria de viver em uma "sociedade mais normal" para ter um troquinho a mais. Mas isso eh uma das teorias, e que pode ser facilmente quebrada, pois existe a historia dos dormitorios.
Alias, essa tese eh defendida por muitos pelo fato de as universidades nos fazer saber desde o inicio do curso de coreano que "a maioria esmagadora dos estudantes" estarao tentando viver em Seul. Portanto, seria idiotisse se candidatar a uma universidade qualquer de Seul como segunda ou terceira opcao.
PS: pelo que eu deixei no ar, essa noticia espalhada pela STAFF das universidades nao deu muito certo.
Enfim, ainda nao estudei muito a fundo a explicacao desta evacuacao tao precoce, mas ao final de tres anos eu terei uma resposta mais concreta, ok? Haha!

No final da entrevista, fui dar um jeito de comer. Afinal, nem soh de Seul vive o Homem, mas de pao tambem =P
O que eu achei mais legal sobre a minha possivel futura universidade eh que tem milhares de coisas ao redor: restaurantes, um MEGA-SUPER-Gigante Shopping, muitos DVD Bangs, PC Bangs e tudo o que voce gostaria de encontrar mais perto de voce, menos os meus amados kimbabs! =( Alias, acho que estou ficando obsecado por kimbabs. Preciso parar de comer essa merda coreana (procure saber mais sobre isso antes de achar que eu como coco por aqui! hehe).

Depois de quase fazer um round-trip na linha #2 do metro de Seul (quem sabe do que eu estou falando, acha que eu sou um desocupado!), encontrei o Henrique, que tinha acabado de chegar da vila dele, e fomos passear e ver o que o Festival poderia nos oferecer de bom. Fomos ao rio que estah ficando cada vez mais famoso aih no Brasil: o Cheonggyocheon. Sim, aquele que foi totalmente despoluido e se transformou em um lugar muito bacana, especialmente para os casais romanticos. O Henrique, como eu jah comentei, eh o nosso video-maker oficial. Como ele eh muito inspirado e possui uma camera Samsung de grava em High-Definition, ele sempre estah fazendo os videos que todos babam quando entram no blog dele. Nao deu outra ao chegarmos proximo ao rio: o Henrique comecou a gravar a cena. E nao tinha muito padrao: filmava peh batendo perna na agua (essa expressao eh a melhor), casais coreanos tentando dar uns pegas em publico, bebes "cutes" coreanos, cantores mirins, garotas que se apaixonam por todo o nosso sex-appeal... Enfim, uma variedade imensa de tomadas.
Nos encontramos, depois, com a Briza e seus amigotes coreanos. Jesus, acho que eu nunca ganhei tantos presentes sem razao na minha vida. Acho que eu vou poder abastecer toda a minha familia quando eu der um passeio pelo Brasil... sem gastar um tostao com bugingangas coreanas! Uhul!

Logo apos esse momento feliz, juntamos alguns brasileiros na casa do Juliano para... nao fazer muita coisa. Um momento relax em meio a loucura que eh (ou deveria ser) a cidade de Seul. Comemos um pao de queijo providenciado pelo tiozao Flavio, que nao estava muito gostoso... porque o bebado do Juliano fez a coitada da Eun-Bee enterrar uns litros de agua na massa. Para conter a merda, tiveram que jogar quilos de polvilho. Resultado: uma massa com gosto de polvilho! Bom demais da conta! =P
Mas mesmo assim, foi legal!
Uma pena foi que eu "apaguei" muito cedo nesse dia. No dia anterior eu nao tinha dormido quase nada... ficar conversando ateh as 4h30 da manha para ter que acordar as 7h nao faz bem a ninguem, neh. Entao no dia seguinte eu nao sobrevivi a fraqueza do corpo.
No dia seguinte, rolou a parte mais bacana da viagem: "festa da comida" em meio ao Hi Seoul Festival!

(Os novatos Henrique, Gustavo e Briza na barraquinha do Brasil)

Sem palavras! Bom demais! Nao matei a saudade da verdadeira comida brasileira, mas deu pra ter um gostinho back to the past.
Visitamos barracas de paises muito estranhos, vimos pessoas estranhas... esse ultimo se refere principalmente aos caras do Afeganistao (que coisa era aquela!). Mas no final das contas, foi um evento muito bacana. Comi um burrito do Mexico, um kebab da Turquia, um bolinho coreano que parece um casulo, alem de ganhar um vinho do Azerbaijão.
Eu fiquei moh feliz! "Apertei a mao" (pra nao falar exatamente que eu conheci) de uma pancada de brasileiros e de outros caras por aih afora.

Mas a historia hilaria da barraquinha dos Azeris o fica para um proximo post, que serah "nascido" em algumas horas.

Ateh lah, galera!