sexta-feira, 15 de maio de 2009

Pés na Ásia Central

Eu já disse que sou um cara que tem muitas coisas pra fazer, né?
Ainda mais quando eu estou de férias. Isso mesmo. Acho que eu nunca disse para o público exterior que a cada nível que a gente passa, recebemos um "prêmio": 2 semanas de intervalo, para dar uma respirada e desafogada dessa língua tão agradável (falo isso para manter o pensamento positivo, que ainda vou voltar pro Brasil fluente na língua dos pauzinhos e bolinhas - como diz o Juliano).
Por isso que o blog tá ganhando TRÊS postagens em DOIS dias, fato inédito para alguém tãããão ocupado como eu.

Vamos falar do tópico que eu havia prometido: a barraquinha dos Azeris.
Para os menos entendidos, Azeri é o nome que se dá ao ser humano que nasce no Azerbaijão.
(calma, não estou te chamando de burro - até pouco tempo atrás eu também não sabia, mas eles são quase que uma praga por aqui, portanto eu acabei tendo esse conhecimento tão significante para a minha vida)

Enquanto o Henrique dava uma descansada em frente a barraquinha do Brasil, conhecendo a brasileirada que passava por lá, eu e a Briza fomos dar uma volta pelo resto da "Festa da Comida". Na verdade, estávamos mesmo era atrás do kebab turco. Mas no caminho achamos muitas coisas bacanas, então demoramos anos para conseguir chegar na Turquia.
De repente, chegamos a barraca dos azeris. Eles, muito amigáveis, chegaram junto para conversar. Um maluco todo enfeitado de roupa tradicional veio falar comigo, obviamente ganhar um troco em cima de um humilde e pobre estudante.
Como os azeris são muito unidos aqui na Coreia (os caras já até organizaram uma Associação de Estudantes!), a maioria deles se conhecem. Então eu falei pro figura: "ei, conheço um cara do seu país, o Eltay!". E ele, com um sinal positivo, achou legal e tal. Só que a conversa que foi o ponto central da nossa estadia lá era: a minha ascendência azeri. Não sei o que dá na cabeça de TODOS os Azerbaijão-boys em pensar que eu sou irmão deles! Esse senhor, que depois fiquei sabendo que era o diretor financeiro da embaixada lá, ficou todo prosa comigo, falando que eu sou azeri ou devo ter alguma ascedência desses lados. E esse papo se extendeu a todos os nacionais que estavam naquela barraca. "Nossa, você é igualzinho a nós! Você tem certeza que você é do Brasil?".

(Eu e meu irmão "gêmulo" do Azerbaijão - sangue azeri na vêia!)

Depois de quase me forçar a tirar nacionalidade azeri, ele foi direto aos negócios, claro. Pediu-me que comprasse um vinho daquelas bandas pela "bagatela" de 15 mil wons (cerca de USD$12). Até que estava barato, mas como um bom mão de vaca que eu sou, retruquei negativamente a sua oferta: "Poxa, eu sou um pobre estudante! Vai fazer isso comigo mesmo? Ó o preço disso!". Até esse momento, nem sabia da bufunfa que ele ganhava, mas beleza.
Por causa da nossa "irmandade" criada ali mesmo, ele me deu de presente o tal do vinho e ainda "pôs a gente pra beber"! Hehe. Ficamos eu, Briza e mais tarde chegou o Juliano pra compartilharmos da iguaria asiática. Depois rolou até uma dança da Briza com o diretor, muito engraçado.

(Eu e o "doutô" com o brinde por ter trocado minha nacionalidade)

Depois dessa, eu, que não era muito fã do povo dessa nação, amo todo mundo de lá! =D

Tá bom, povo, não é tão engraçado assim quando você não está lá na história mesmo.

Mas essa não fora a primeira vez que eu tinha ouvido falar da minha possível ascendência centro-asiática. Uma semana antes desse evento, o tal do Eltay tinha comentado comigo que eu me pareço com o povo dessa região, devido a minhas características físicas: meu nariz "pequeno", cabelo, rosto em geral... e "peito de macaco"! Huahuahua!

No dia anterior a essa festança das comidas, eu tinha ido a tal da entrevista na Konkuk Uni, como eu já havia relatado a vocês. Mas deixei para escrever depois sobre a parte mais relaxante do momento dentro da sala a espera do sacrifício (digo, entrevista).
Lá, muitos dos azeris estavam reunidos esperando uns aos outros para irem todos juntos a uma reunião da associação de estudantes deles. Tinha bem uns cinco deles. Como todos se conheciam pelo "look" ou por serem amigos de amigos, então se cumprimentavam. Alguns com beijinhos no rosto, outros só com um toque de mão. Eu estava só observando o momento "argentino" dos caras e, de repente, o doido que chegara e foi falando com todo mundo chega a mim e solta um "Sallamaleico" (desculpe ae, muçulmanos de plantão, mas eu não sei soletrar isso não). Isto é, só pela minha cara, ele tinha deduzido que eu era azeri OU turco. Por essa razão havia me cumprimentado. O Eltay, que estava perto de mim, deu uma rizada e explicou pra ele, em russo, que eu não era da onde ele pensava que eu era; eu era BRASILEIRO!
Aí começou os papos sobre a minha aparência.
No domingo eu conversei por Skype com meu pai para saber se havia uma possibilidade de eu ter um pézinho por essas bandas, mas ele me assegurou que se tem, foi por "acidente". Poxa, tem que ser um acidente bem grande, então =P

Isso não tem nada a ver com a Coreia, mas como esse blog também serve para eu compartilhar das minhas experiências NA Coréia, então eu tambem falo coisas que não tem nada a ver com a cultura e cotidiano coreanos.
Desculpe aos que se empolgaram demais, achando que eu ia postar alguma coisa relacionado aos olhos puxados! =D

5 comentários:

  1. Cara que demais! Voce descobriu seus irmãos de fenótipo(procura no google. ^^) e ainda por cima ganhou um vinho na faixa. Malandrinho você hein? :)

    Todo o sucesso, sorte e paciência pra estudar Hanguk pra voce! Abração de São Paulo.

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  2. "pauzinhos e bolinhas"ohhhhh mais alguém que pensa como eu *----------* hauahuauahauha
    eu sempre me refiro ao hangul como pauzinho, bolinha e uns meio arredondados... aauhauahuaha... mas se saiu de boa, achou teus "familiares" e ganhou brinde *-----* uahauauahauh

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  3. É verdade... cada um tem seu estilo. Por favor não fique chateado com o que eu disse! O seu é bem legal. ^^
    Descolado e divertido! :P

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  4. Hehehe... gostei da resposta do seu pai!
    Olha, mas que parece, parece!
    A gente comeu tanto na barraca do Afeganistão que não sobrou espaço para o resto. :-(

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  5. Então tá beleza né. A gente é quase conterrâneo do mesmo jeito. Porque o que tem de gente achando que sou turco é brincadeira... Também né, com uma "gracinha" de nariz como o meu... putz...

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