Guerra espanta..

Essa semana eu comecei a partir para os noodles coreanos, jah que estah cada vez mais insuportavel comer sempre a mesma coisa no restaurante que tem aqui na universidade. Nao que seja falta de opcao, mas todos os dias ter que escolher entre espaguete, black noodles, hamburguer ou bulgolgui nao eh muito legal.
Fora que tem uns miojos moh baratinhos aqui perto que eu gosto muito.
Ficamos eu a Briza comendo na "sala" do dormitorio, que eh equipada com uma geladeira, uma tostadeira e um microondas, alem de uma mesa e algumas cadeiras pra galera se acomodar por lah. Em um desses dias, chegou uma coleguita de um pais totalmente desconhecido ateh o ano de 2007: Myanmar. Onde? Asia, meu filho.
Ha muito tempo que eu estava querendo fazer essa pergunta pra ela: "Como foi a guerra lah na tua terra?". No ano de 2007, pra quem nao sabe, os lideres militares sairam matando geral, jah que o povo queria tomar o poder deles (eles detem o poder desde 1980 e alguma coisa). Eu fiz essa pergunta e ela falou que estava lah no pais dela, sim. Nao soh isso, como comecou a relatar tudo o que aconteceu com ela nesses tempos.
Na boa, eu fiquei muito emocionado, tocado, quando ouvi a historia dela sobre essa luta toda que rola em Myanmar (ou Birmania, que seja). Eu me senti tao igual quanto esses documentaristas que vao para paises atolados em guerras civis filmar o desespero de pessoas inocentes ou de quem lutou contra a grosseria humana.
Ela disse que soh nos contou varias coisas desse tipo porque nao somos birmanios e nao estamos em Myanmar, porque compartilhar esse tipo de historia pode acabar em prisao (sim, lah sempre tem um X9 no pais dela disposto a deixar a pessoa mais proxima morrer com um tiro na testa soh porque eh contra os militares).
Imagine voce, brasileiro que soh ouve falar de guerras/ditaduras nos livros de Historia, ouvir diretamente de alguem que esteve em frente de batalha com um fuzil na mao lutando contra toda essa podridao que vem do interior humano clamando por poder. Ela contou que perdeu varios amigos e que era uma felicidade para ela combater esses escrotos.
Na terra dela, os monges budistas sao os caras mais respeitados, tem a posicao mais alta na sociedade. Por isso, eles nao podem ser nem tocados, nem mortos. Mas os militares comecaram a passar por cima dos budistas que protestavam, matando os pobres monges inocentes. Para poder lutar em igualdade, os monges tiravam a sua batina e partiam pra porrada.
A guria chega se emocionou (literalmente chorou) na nossa frente ao contar tantas tragedias que aconteceram na frente dela, principalmente quando falava da perda de amigos.
Eu fiquei ateh arrepiado com essa historia toda, porque eh muito triste. Eu nem sei como contar esse tipo de coisa, jah que eh algo tao pessoal e esse sentimento nao eh capaz de ser expresso por meio de um blogger retardado.
Mas enfim, o que vale eh deixar gravado aqui o quanto eu senti que meu mundo eh tao simplorio perto de incertezas que ela deveria ter todo santo dia. Parece que as vidas de pessoas que vivem em paises pacifistas se torna mediucre perto da realidade dela.
Ainda perguntei: "Mas... no final, o que rolou?" Fiz essa pergunta porque a midia internacional comeca a publicar a situacao, mas depois acha que nao deve explicar nada, muito menos mostrar para autoridades competentes a verdadeira cara da situacao. Para mim, esse deveria ser um comprometimento do jornalismo.
Ela diz que a ONU nao fez quase nada pelo pais, e que o poder continua nas maos dos militares. Enfim, vidas se foram para que acabassem no mesmo lugar.

Triste historia.

Bem, nao tenho nada mais a declarar... esse post soh foi a concretizacao de uma emocao muito forte que eu tive nesse dia.

Ateh a proxima.